A Aliança Democrática (AD), de Portugal, saiu vitoriosa das eleições parlamentares antecipadas realizadas neste domingo, mas mais uma vez não conseguiu conquistar maioria absoluta no Parlamento.
O cenário político permanece instável, agravado pelo crescimento expressivo do partido Chega, que atingiu resultados inéditos nas urnas e ficou com a terceira colocação.
O atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou que o desempenho nas urnas representa um “voto de confiança” no seu partido. No entanto, com a contagem dos votos dos eleitores no exterior ainda pendente, existe a possibilidade de o Chega ultrapassar os socialistas como principal força de oposição, o que colocaria fim a quase quatro décadas de domínio alternado entre os dois partidos tradicionais do país.
Essa incerteza política ameaça atrasar reformas consideradas estratégicas e também comprometer projetos importantes, como a utilização de recursos da União Europeia e a já adiada privatização da companhia aérea estatal TAP.
Esta foi a terceira eleição legislativa em um intervalo de apenas dois anos. O pleito foi convocado após a queda de um governo minoritário liderado pela AD, cuja legitimidade foi questionada em março. A oposição levantou dúvidas sobre possíveis conflitos de interesse envolvendo Montenegro e uma consultoria ligada à sua família — ele nega qualquer irregularidade.
Os números preliminares indicam que a AD aumentou sua presença no Parlamento, garantindo 89 cadeiras, nove a mais do que no pleito anterior. Mesmo assim, Montenegro afirmou que não fará alianças com o Chega e que tentará governar com uma base minoritária. “Os portugueses não querem mais eleições antecipadas, eles querem uma legislatura de quatro anos”, declarou, enquanto apoiadores entoavam o lema da campanha: “Deixem Luís trabalhar”.
Já o Chega conquistou 58 assentos, também marcando 22,6% dos votos válidos — sua maior votação até o momento. Com isso, a legenda superou os socialistas, que sofreram uma forte retração, passando de 78 para também 58 cadeiras. André Ventura, líder da sigla, discursou após o resultado e comemorou o avanço do partido.
Por outro lado, Pedro Nuno Santos, líder do Partido Socialista, anunciou que deixará o cargo após o desemprenho aquém do esperado. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: Reuters)
Partido | % Votos | Nº de Deputados |
---|---|---|
AD | 32,72% | 89 |
PS | 23,38% | 58 |
CHEGA | 22,56% | 58 |
IL | 5,53% | 9 |
LIVRE | 4,20% | 6 |
CDU | 3,03% | 3 |
BE | 2,00% | 1 |
PAN | 1,36% | 1 |
ADN | 1,32% | 1 |
JPP | 0,34% | 1 |
RIR | 0,23% | 0 |
VOLT | 0,18% | 0 |
PCTP/MRPP | 0,18% | 0 |
ERGUER | 0,15% | 0 |
MD | 0,14% | 0 |
PLS | 0,14% | 0 |
PPM | 0,09% | 0 |
NC | 0,05% | 0 |
MPT | 0,01% | 0 |
PTP | 0,01% | 0 |
Fonte: CNN Portugal