Em editorial, Estadão critica lançamento de agência de checagem do Governo Lula

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O Governo federal anunciou no domingo (26.mar.2023) a criação da plataforma “Brasil contra Fake”, cujo objetivo é combater desinformações a respeito da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na prática, trata-se de uma agência de checagem do próprio governo federal.

A iniciativa é da Secom (Secretaria de Comunicação Social) de Lula. Na página da campanha, os internautas têm acesso a reportagens desmentindo informações consideradas falsas e nas redes sociais. Parte do material é republicação de conteúdo divulgado em outras fast checks, como as agências Lupa (UOL) e ‘Fato ou Fake’ (Globo). O restante é conteúdo gerado pelo próprio governo.

Em editorial divulgado nesta quarta-feira (29), o jornal O Estado de São Paulo criticou a iniciativa e chamou a ação de ‘portal da verdade’ de Lula. “O governo Lula da Silva avocou para si, agora oficialmente, a tarefa de arbitrar o que é verdade ou mentira no debate público. O Brasil Contra Fake não se trata de outra coisa senão mais uma manifestação do velho cacoete autoritário dos governos lulopetistas.”.

O Estadão afirma que o governo poderia contribuir com a ‘qualidade do debate público’ apenas ‘não mentindo’ ou sem ‘distorcer a realidade factual’ para o cidadão.

“A menos que a motivação recôndita para esse programa seja revelar à sociedade só a “verdade” que o Palácio do Planalto quer ver revelada. Ou, ainda, definir como “fake news” informações que, embora irrefutáveis, sejam constrangedoras para a atual administração.”, diz o veículo.

O jornal paulista também se mostra preocupado (agora) com a possibilidade de as checagens de Lula possam acabar atingindo o próprio jornalismo: “Não se pode desconsiderar também que o Brasil Contra Fake pode se descortinar como uma tentativa de desqualificar eventuais críticas ao governo formuladas por jornalistas profissionais ou por adversários políticos”.

O jornal prossegue: “Já seria temerário que qualquer governo, fosse qual fosse sua orientação política, tomasse para si a atribuição de definir o que é verdade ou mentira entre a miríade de informações que circulam no ambiente digital. Afinal, não cabe ao Estado determinar o que são “fake news”. O quadro é ainda mais perigoso quando é um governo como o de Lula da Silva, logo quem, que se arvora em guardião da “verdade”.”.

O Estadão também não deixou passar a possibilidade de alfinetar a incoerência petista de lançar uma agência de checagem após Lula ter dito o que disse sobre a ação do crime organizado para assassinar o Senador Sérgio Moro. “Uma iniciativa como o Brasil Contra Fake só não é inacreditável porque os petistas são conhecidos, entre outras coisas, por suas fabulações. Basta dizer que, apenas 72 horas antes de lançar essa espécie de “portal da verdade”, Lula afirmou, sem apresentar provas, que a bem-sucedida operação do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Federal que impediu que o Primeiro Comando da Capital (PCC) praticasse uma série de atentados contra autoridades não passava de uma “armação do (ex-juiz e senador Sérgio) Moro”.”.

Ao lançar o Brasil Contra Fake, diz o Estadão, Lula afirmou que “o Brasil sofreu muito com mentiras nas redes sociais nos últimos anos”, de modo que o governo precisa “fortalecer uma rede da verdade”.

“Obviamente, o presidente só não disse que ele e outros próceres do PT foram os artífices de uma máquina de torturar fatos e destruir reputações nas redes sociais. É o velho Lula de sempre, dobrando a aposta na falta de memória de ampla parcela dos cidadãos.”, concluiu.


Foto: Palácio do Planalto

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