Em editorial, Estadão reclama de Lula: “Não foi essa a agenda que venceu a eleição”

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O jornal O Estado de São Paulo publicou um editorial nesta sábado (27) fortemente crítico a Lula, abordando a suposta pressão do governo petista para indicar o ex-ministro Guido Mantega como presidente da Vale. A matéria destaca que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tentou minimizar a situação, afirmando que Lula não interviria numa empresa de capital aberto.

De acordo com o editorial, a pressão do governo petista sobre a Vale é apenas um exemplo da visão que Lula tem sobre o papel do Estado na economia. O texto ressalta que a postura intervencionista do governo não se limita à Vale, mencionando também a tentativa de retomar assentos na Eletrobras e investir na Refinaria Abreu e Lima, entre outras ações.

“A ofensiva lulopetista sobre a Vale já seria indecorosa mesmo se fosse uma iniciativa isolada, mas está longe de ser. Tudo parece fazer parte da visão fantasiosa segundo a qual o Brasil elegeu Lula para dissipar o pouco progresso que o País fez para regular o apetite estatal”.

O Estadão argumenta que Lula parece estar mais preocupado com as eleições e a construção de apoio regional do que com a gestão eficiente da economia. O editorial destaca a tentativa do ex-presidente de recriar bandeiras ideológicas para impulsionar candidatos do PT e aliados, visando fortalecer sua própria candidatura à reeleição em 2026.

“Está claro que a única preocupação no horizonte de Lula da Silva são as eleições. De olho nos desdobramentos da disputa municipal, o presidente corre para recriar bandeiras ideológicas que impulsionem os candidatos a prefeito do PT e de partidos aliados. Vê nisso um caminho para ampliar a rede de apoios regionais e fortalecer sua própria candidatura à reeleição em 2026, bem como ampliar a base aliada no Congresso”.

E prosseguiu: “Lula da Silva, no entanto, parece ter dificuldade de entender o contexto que o levou à conquista do terceiro mandato. Parece ter esquecido que venceu a disputa eleitoral mais acirrada da história por pouco mais de 2 milhões de votos – uma diferença que não chegou a alcançar 2% dos votos válidos.”

O texto ressalta que Lula parece ter esquecido o contexto de sua vitória apertada e sugere que sua postura conciliadora inicial está sendo substituída por um revisionismo histórico que nega os equívocos da “Nova Matriz Econômica”. O editorial critica a cogitação de Guido Mantega para a presidência da Vale, considerando-o representante do “desastre petista”.

“O tom conciliador que Lula adotou assim que foi eleito começa a dar lugar a um revisionismo histórico que nega os equívocos que permearam a malfadada “Nova Matriz Econômica”. A nova política industrial recentemente apresentada, por exemplo, é um compilado das ideias atrasadas que tantos prejuízos causaram ao longo da trevosa era petista, em especial durante a terrível passagem de Dilma Rousseff pela Presidência. Lá estão as exigências de “conteúdo local” e o velho protecionismo que incentivam o subdesenvolvimento.”

A matéria encerra destacando que, ao tentar reabilitar Mantega, Lula busca reescrever a história da passagem do PT pelo poder, ignorando os equívocos passados. O Estadão conclui afirmando que essa tarefa será difícil de ser concretizada. “Ao tentar reabilitá-lo, Lula quer na verdade que o País se convença de que esse desastre nunca aconteceu. Vai ser difícil.”. Clique AQUI para ver o texto do jornal.

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