Suécia se torna 32º membro da Otan após dois anos de espera

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A Suécia aderiu à Otan em Washington nessa quinta-feira (7), dois anos depois de a invasão russa da Ucrânia ter forçado o país a repensar sua política de segurança nacional e a concluir que o apoio à aliança era a melhor garantia de segurança da nação escandinava.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, entregou a documentação final ao governo dos EUA, o último passo de um prolongado processo para garantir o apoio de todos os membros para aderir à aliança militar.

“Coisas boas acontecem para aqueles que esperam”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao receber de Kristersson os documentos de adesão da Suécia.

Blinken disse que “tudo mudou” após a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, citando pesquisas que mostram uma grande mudança na opinião pública sueca sobre a adesão à OTAN.

“Os suecos perceberam algo muito profundo: se Putin estava disposto a tentar apagar um vizinho do mapa, então talvez não parasse por aí.”

Para a OTAN, as adesões da Suécia e da Finlândia – que partilha uma fronteira de 1.340 km (830 milhas) com a Rússia – são as mudanças mais significativos em décadas. É também um golpe para o presidente russo, Vladimir Putin, que tem procurado impedir qualquer fortalecimento adicional da aliança.

A Suécia beneficiará da garantia de defesa comum da aliança, segundo a qual um ataque a um membro é considerado um ataque a todos. “A Suécia é um país mais seguro hoje do que éramos ontem. Temos aliados. Temos apoio”, disse Kristersson num discurso à nação sueca em Washington. “Fizemos um seguro na aliança de defesa ocidental.”

O presidente dos EUA, Joe Biden, em um comunicado, disse que a adição da Suécia tornou a OTAN “mais unida, determinada e dinâmica do que nunca”, acrescentando que a adesão da Suécia e da Finlândia à aliança significou a adição de “dois militares altamente capazes”.

A Suécia acrescenta submarinos de última geração e uma frota considerável de caças Gripen produzidos internamente às forças da OTAN e é um elo crucial entre o Atlântico e o Báltico. “A adesão da Suécia torna a OTAN mais forte, a Suécia mais segura e toda a Aliança mais segura”, disse o secretário-geral do órgão, Jens Stoltenberg, num comunicado.

A Rússia ameaçou tomar “contramedidas políticas e técnico-militares” não especificadas em resposta à ação da Suécia.

Embora Estocolmo se tenha aproximado cada vez mais da OTAN ao longo das últimas duas décadas, a adesão marca uma ruptura clara com o passado, quando durante mais de 200 anos a Suécia evitou alianças militares e adoptou uma posição neutra em tempos de guerra.

Após a Segunda Guerra Mundial, construiu uma reputação internacional como defensor dos direitos humanos e, desde o colapso da União Soviética em 1991, sucessivos governos reduziram as despesas militares.

Ainda em 2021, o seu ministro da Defesa rejeitou a adesão à OTAN, apenas para o então governo social-democrata se candidatar, juntamente com a vizinha Finlândia, apenas alguns meses depois.

Embora a Finlândia tenha aderido à aliança no ano passado, a Suécia ficou à espera enquanto a Turquia e a Hungria, que têm relações cordiais com a Rússia, adiaram a ratificação da adesão da Suécia. A Turquia aprovou o pedido da Suécia em Janeiro.

A Hungria adiou a sua decisão sobre a adesão da Suécia até que Kristersson fez uma visita de cortesia a Budapeste em 23 de fevereiro, onde os dois países chegaram a acordo. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Reuters)

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