A entrada em vigor da tarifa de 50% sobre o aço e o alumínio comprados pelos Estados Unidos acendeu o sinal de alerta no setor metalúrgico nacional.
Em entrevista à CNN, Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), disse que o novo imposto norte-americano pode comprometer parte relevante do parque siderúrgico brasileiro, sobretudo se não houver tratamento diferenciado para os produtos “made in Brazil”.
Segundo Roscoe, a siderurgia doméstica já vinha sob pressão pela chegada maciça de chapas e bobinas consideradas de “abaixo do custo”. Com a sobretaxa norte-americana, o setor enfrenta agora um “ataque em duas frentes”: perda de competitividade no principal destino das exportações e inundação do mercado interno por importados mais baratos.
“Se a sobretaxa de 50% permanecer, várias usinas terão de cortar produção ou correr atrás de novos compradores — algo difícil no cenário atual”, alerta o dirigente.
A Fiemg aposta em negociação direta com Washington para evitar um revés de maiores proporções. Caso o diálogo não funcione, Roscoe defende medidas de defesa comercial mais duras no mercado doméstico, de modo a proteger as vendas locais enquanto a guerra tarifária prossegue.
As consequências, porém, não serão homogêneas: grupos com fábricas em solo norte-americano poderão amortecer o impacto, ao passo que empresas focadas em vender placas de aço para os EUA tendem a sentir o golpe primeiro. Em última instância, argumenta Roscoe, blindar o mercado interno pode se tornar vital para evitar um ciclo de demissões e ociosidade.
Apesar do cenário adverso, ele acredita que surgem oportunidades em nichos não cobertos pelo aço chinês e até em segmentos específicos dentro dos próprios Estados Unidos. “A conjuntura é desafiadora, mas pode abrir portas em áreas onde o Brasil ainda não tem presença forte”, conclui. E mais: Veja quem integra a comitiva de Lula em viagem à França. Clique AQUI para ver. (Foto: CNI; Fonte: CNN)