Lula e Fernández criticam Judiciário que faz ‘perseguições’, enquanto elogiam Cuba e Venezuela

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Em meio à investida do governo argentina contra a Justiça daquele país, Lula e Alberto Fernández assinaram uma declaração conjunta na qual questionavam as “perseguições por motivos políticos e legais” e defendiam os regimes da Venezuela e de Cuba.

Em um documento de 82 pontos apresentado na tarde desta segunda-feira (23) na Casa Rosada, os dirigentes destacaram “o papel insubstituível que as instituições judiciais têm em suas normas constitucionais como garantia dos direitos das pessoas contra perseguições por motivos políticos e direito”.

“Os sistemas republicanos de governo precisam de instituições judiciais para manter sua independência e imparcialidade diante de interesses econômicos, políticos e midiáticos”, acrescentaram no documento.

Após um encontro bilateral no âmbito da visita oficial de Lula à Argentina, os chefes de Estado apresentaram a declaração e, em seguida, conduziram uma coletiva de imprensa na qual abordaram diversos temas como a moeda única, a presença de Venezuela e Cuba na cúpula da Celac e o relançamento da Unasul.

“(Mauricio) Macri passou pela Argentina e (Jair) Bolsonaro pelo Brasil. Temos desafios semelhantes. O primeiro é consolidar a democracia e as instituições. Da Argentina estaremos sempre ao seu lado e não deixaremos nenhum delirante atacar as instituições Brasil, que nenhum fascista ataque a soberania popular de cima”, iniciou Alberto Fernández em seu discurso.

Neste momento, Lula pediu desculpas ao povo argentino por todas as “grosserias e ofensas” que Bolsonaro disse ao presidente Fernández. “Peço desculpas ao povo argentino por todas as grosserias que o último presidente do Brasil disse, um genocídio que considero, e por todas as atrocidades que ele disse a Alberto. Um país grande como o Brasil, um país com 6 mil quilômetros de fronteira com o sul América do Sul, não tem o direito de fazer inimigos”, acrescentou numa conferência de imprensa em que não faltaram referências ao Mundial que a seleção argentina conquistou no Qatar.

Defesa da Venezuela e Cuba
Sobre a presença dos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel, na Argentina para participar da Cúpula, Alberto Fernández respondeu: “Todos os países membros da CELAC estão convidados, não temos poder de veto nem queremos tê-lo” .

“A preocupação com a presença do presidente de Cuba e da Venezuela está mais em alguns meios de comunicação do que nos membros da Celac”, acrescentou Fernández.

Enquanto isso, Lula alertou que “o problema venezuelano se resolve com diálogo, não com ameaças de ocupação” e insistiu que “o Brasil vai restabelecer relações diplomáticas” com o governo Maduro. “Queremos que a Venezuela tenha uma embaixada no Brasil”, disse.

Em relação a Cuba, o petista afirmou estar “orgulhoso de participar deste fórum e que os cubanos participem”. “Devemos tratar a Venezuela e Cuba com muito carinho” , enfatizou.
Relançamento da UNASUL

Em outra seção do documento, os governos “se comprometeram a iniciar um processo de diálogo em nível presidencial com os países da região para o relançamento da Unasul e instruíram seus chanceleres a realizá-lo em seu nível, tomando as ações necessárias”. A esse respeito, Alberto Fernández destacou que na reunião se acordou “reiniciar a UNASUL”, além de “fortalecer e tornar mais eficiente o Mercosul”.


Fonte: El Clarín
Foto: Palácio do Planalto

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