Em Pequim, presidente do PT fala em “aprofundar parcerias” com Partido Comunista da China

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No último dia de sua visita à China, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu nesta quinta o modelo de desenvolvimento do país governado pelo Partido Comunista desde 1949.

Em contraste com as críticas que o sistema político de partido único chinês costuma sofrer pelas restrições às liberdades no país, Gleisi disse que o desenvolvimento chinês comprova a eficiência do modelo implementado pelo PC.
“O Ocidente tem que parar de dar lição de democracia. O que eu vejo aqui, inclusive na organização do partido e da sociedade, é uma democracia e uma participação nos extratos mais baixos da sociedade aos mais altos no desenvolvimento do país. Quisera tivéssemos isso nos países em que o capitalismo é o coordenador da economia”, disse Gleisi em entrevista concedida na embaixada do Brasil em Pequim.

Gleisi passou três dias na capital chinesa, liderando uma delegação petista de 28 membros. Ela embarca de volta ao Brasil nesta sexta-feira (12), mas a maior parte do grupo seguirá no país, cumprindo um programa de 12 dias preparado pelo governo chinês.

Questionada sobre a desaprovação de parte da sociedade brasileira com a proximidade do PT e de Lula com governos autoritários, entre eles o da China, Gleisi disse que é preciso entender melhor o país antes de julgá-lo.

“Há muita desinformação e preconceito do Ocidente. ‘Narciso acha feio o que não é espelho’, como diz a música [“Sampa”, de Caetano Veloso]. Como não conhecem, não consideram todo o processo cultural como está sendo construído. Muitas vezes os países adotam sistemas que podem parecer ruins aos olhos de outros para se defender, para poder cuidar de seu povo, já que não encontram solidariedade”.

Além de participar de um “seminário teórico” com membros do PC, a presidente do PT encontrou-se com professores da Escola Central do Partido, visitou o Museu do Partido Comunista e encontrou-se com Li Xi, um dos sete membros do Comitê Permanente do Politburo, a mais alta instância de poder da China. A visita da delegação petista é uma retribuição à viagem feita no ano passado por Li ao Brasil, quando foi assinado um termo de cooperação entre o PT e o PC chinês.

Gleisi disse que os petistas estão “dispostos a colaborar para fortalecer intercâmbios de experiências na construção partidária e governança, consolidar a relação política” entre Brasil e China.

Ainda, “fortalecer parcerias, o desenvolvimento sustentável em diversas áreas e, de maneira conjunta, superar os desafios globais” que o mundo enfrenta. “Marcando os 50 anos das relações diplomáticas entre nossos países, Li reafirmou o compromisso da China em cooperar com o Brasil, promovendo intercâmbios e parcerias em diversas áreas e níveis, ampliando os laços de confiança entre os países”, declarou Gleisi.

A presidente do PT defendeu durante o seminário com o Partido Comunista da China que o Brasil se vincule à Iniciativa Cinturão e Rota, um programa chinês para ‘investir’ e realizar obras de infraestrutura em diversos países pelo mundo.

“O Brasil ainda não fez a adesão, que a gente está preferindo chamar de cooperação, mas particularmente nós, do partido, achamos que seria importante fazer”, disse Gleisi à Folha. “Isso dá oportunidade de o Brasil ter grandes investimentos chineses.”

O dirigente da China, Xi Jinping, enviou mensagem ao seminário, dizendo que, “depois que o PT voltou ao poder, promoveu estratégias de desenvolvimento e permaneceu comprometido em alcançar o desenvolvimento sustentável e abrangente do Brasil”.

A deputada petista divulgou um resumo de sua participação no encontro e um vídeo do momento em que leu um carta de Lula ao governo chinês. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fontes: O Globo; Poder360; Folha de SP)

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