Gilson Machado se manifesta após prisão

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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (13), em Recife, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL), que integrou o governo de Jair Bolsonaro.

A operação teve como foco uma suposta tentativa de interferência junto ao consulado português para favorecer Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, com a emissão de um passaporte. Na mesma ação, em Brasília, a casa de Cid foi alvo de mandado de busca.

A investigação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal após solicitação da Procuradoria-Geral da República, que encaminhou o pedido na última terça-feira (10). De acordo com as autoridades, Machado teria feito contatos com o consulado de Portugal no Recife, no mês passado, com o objetivo de viabilizar a emissão do documento para Mauro Cid, o que poderia facilitar sua saída do Brasil.

Ao ser conduzido ao para o exame de corpo de delito, Machado negou qualquer irregularidade. “Apenas pedi um passaporte para meu pai, por telefone, aqui no consulado do Recife”, declarou. “Entrei em contato, ele foi lá no consulado juntamente com meu irmão.”

O ex-ministro também negou qualquer presença física em órgãos diplomáticos. “Não estive presente em nenhum consulado, em nenhuma embaixada, nem de Portugal nem de qualquer outro lugar, nem no Brasil nem fora do Brasil”, disse. E concluiu com fé: “A justiça de Deus tarda mas não falha”. Assista ao fim da reportagem.

Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, responsável pela peça que embasou a operação, Machado pretendia ajudar Mauro Cid a deixar o país, embora o plano não tenha se concretizado. Após prestar depoimento a um delegado federal, Machado foi conduzido ao presídio de Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife.

A defesa do ex-ministro, representada pelo advogado Célio Avelino, confirmou que ele prestou esclarecimentos à Polícia Federal. Machado já havia negado “veementemente ter ido a qualquer consulado” e sustentou que seu único contato foi por telefone, em maio, para tentar agendar a renovação do passaporte de seu pai. Segundo ele, o documento foi emitido normalmente após a solicitação.

Conhecido como o “sanfoneiro” que animava as transmissões ao vivo de Bolsonaro, Gilson Machado também presidiu a Embratur. Foi candidato ao Senado por Pernambuco em 2022, mas não conseguiu se eleger.

Em 2024, tentou disputar a prefeitura do Recife, também sem sucesso. Nas redes sociais, se define como conservador cristão, veterinário e fiel seguidor do ex-presidente, a quem chama de mentor político.

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