Carmem Lúcia participa de debate sobre “pautas femininas nas eleições” com Marta Suplicy e presidente do PT

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A Ministra do Supremo Tribunal Federal participou de um debate sobre “a questão feminina na eleição de 2022″. O encontrou aconteceu nessa sexta-feira (28) à noite, no apartamento de Marta Suplicy, na cidade de São Paulo.

A ministra chegou por volta das 13h, sendo que o encontro começou pela manhã. Ela fez discurso de meia hora sobre a violência contra mulher. Depois de almoçar, se sentou ao lado de Marta para a reabertura dos debates.
O “evento” terminou com a elaboração de uma carta aberta endereçada aos candidatos a presidente com “demandas para as mulheres brasileiras”.

O documento inclui temas como “paridade de gênero e de raça nas instituições públicas, políticas e privadas, a manutenção e expansão dos direitos sexuais e reprodutivos e a defesa da vida de meninas e mulheres, cis e transgêneros”.

Segundo informações da imprensa, o debate gerou 18 demandas. Eram 17, mas as “debatedoras” não quiseram fazer nenhuma referência ao candidato Jair Bolsonaro, uma vez que 17 foi o seu número na campanha de 2018, quando saiu vitorioso do pleito derrotando com larga vantagem o candidato petista Fernando Haddad.

Intitulado “Carta Aberta Brasil Mulheres”, diz o documento: “Nossas vivências diversas e o repertório dos movimentos feministas, de mulheres negras e indígenas, de mulheres cis e trans, da cidade e do campo, heterossexuais e LGBTQIA+, de diferentes classes sociais, religiões, faixas etárias, escolaridade, corpos, deficiências e regiões do Brasil compõem as premissas para a construção de uma sociedade mais democrática“.

Além de Carmem Lúcia, participaram da roda a senadora Simone Tebet (MDB) (única presidenciável chamada para o evento), a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, a presidente da OAB-SP, Patricia Vanzolini, a diretora do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco, a líder do Movimento dos Sem-Teto do Centro, Carmen Silva, a escritora e roteirista Tati Bernardi e a jornalista da Folha Mariliz Pereira Jorge.

Sem comprovação, Marta afirmou que o documento é aceito por uma grande parte das mulheres: “Nós representamos 55% das mulheres. Eu não digo que todas essas 55% são a favor do que nós dizemos nessa carta, mas pelo menos 80% do que nós dizemos nessa carta aberta, as mulheres concordam“, afirma a ex-petista e ex-emedebista.

Mas nem tudo foi consenso no encontro. Quando o tema aborto entrou em discussão, a ministra Carmem Lúcia “deu no pé”.

A ministra se opôs incluir na carta aberta a palavra aborto e sugeriu que, ao invés de falar da legalização na carta, o documento falasse da criação de uma secretaria da mulher. E também pedisse um orçamento destinado a política que passasse por “questões da mulher”.

Lúcia disse que precisava pegar um voo e saiu da reunião: “Meninas, eu espero que vocês consigam chegar a algum… Eu tenho que ir embora para o meu voo”.

A representante da Suprema Corte foi questionada se estava deixando a mesa por conta do tema espinhoso, quando respondeu: “Isso aí causa muita polêmica”.

Veja o discurso de Carmem Lúcia no evento:

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Fontes: Folha SP; DCM | Foto: reprodução instagram

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