O Tribunal de Contas da União (TCU) anunciou a abertura de uma investigação contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após suas recentes declarações sobre a possibilidade de terceirizar a gestão de ativos da instituição. Reforçando: ele somente cogitou adotar a medida.
A investigação foi solicitada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que enfatizou o risco representado por essa pretensão de Campos Neto à capacidade do país em honrar seus compromissos financeiros.
Furtado destacou a necessidade de apurar os indícios de irregularidades mencionados em relação ao interesse do atual presidente do Banco Central em terceirizar a gestão de ativos, especialmente no que diz respeito à administração das reservas internacionais do Brasil.
Para o subprocurador-geral, a gestão dessas reservas é uma atividade tipicamente estatal, o que torna inviável a interferência do setor privado nessa área, colocando em risco até mesmo a soberania brasileira.
“A referida possibilidade reclama, pois, a obrigatória e pronta atuação do TCU, de forma a se determinar a detida e minuciosa apuração dos fatos”, enfatizou Furtado em suas considerações.
As reservas internacionais são consideradas uma espécie de poupança para o país, utilizadas em momentos de crise. Segundo informações do Banco Central, as reservas brasileiras atualmente somam US$ 345,8 bilhões.
O ministro Benjamin Zymler foi designado para relatar o caso no TCU. Em resposta à investigação, o Banco Central emitiu um comunicado informando que não se manifestará sobre o assunto.
As declarações polêmicas de Campos Neto foram feitas durante uma entrevista ao canal BlackRock Brasil na última quinta-feira (20).
O presidente do BC afirmou estar aberto à possibilidade de terceirizar a gestão de ativos da instituição, mas não detalhou quais ativos seriam entregues à iniciativa privada. Ele mencionou que a instituição já possui uma parte da gestão terceirizada e está considerando novas classes de ativos.
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