Faleceu nesta quarta-feira, 19 de março de 2025, aos 90 anos, o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (PSD). As causas do óbito não foram informadas.
A cerimônia de despedida será realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), no Hall Monumental, das 10h30 às 15h, seguida do enterro às 16h no Cemitério do Araçá, na área central da capital paulista. Um cortejo com escolta da Polícia Militar conduzirá o trajeto até o local. Lembo deixa a esposa, Renéa, o filho, José Antônio, e quatro netos: Carolina, Cristiana, Isabella e Lucas.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou luto oficial de três dias em homenagem ao político. “Nossos sentimentos aos familiares e amigos”, declarou o governo em nota oficial. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também expressou condolências, destacando a relação pessoal com Lembo.
“Lembo foi símbolo de Política escrita assim, com P maiúsculo. Representante do campo conservador, sempre tivemos diferenças e, ao mesmo tempo, uma capacidade de diálogo franco, aberto e generoso”, publicou Lula.
Já o presidente do PSD, Gilberto Kassab, elogiou a trajetória do ex-governador: “Se tem alguém que cumpriu sua missão, esse alguém foi Cláudio Lembo. Cidadão exemplar, com excelente formação e um homem público que não deixa uma única observação negativa”.
Nascido no bairro do Bixiga, em São Paulo, Lembo foi figura marcante na política brasileira. Atuou como presidente da Arena e ajudou a fundar o PFL.
Formado em direito, lecionou direito constitucional e processual civil, e se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, e a condenação de Lula no caso do triplex, em 2017.
Eleito vice-governador ao lado de Geraldo Alckmin, assumiu o comando do estado em março de 2006, após a renúncia do então tucano para disputar a Presidência. Lembo governou por nove meses, até o término do mandato, sendo sucedido por José Serra (PSDB) em 2007.
Conhecido por sua postura reservada e detalhista, Lembo atribuiu sua carreira política a uma série de coincidências.
“Em 1974, ninguém queria ser o presidente da Arena. Eu aceitei. Foi um acaso. Em 1978, ninguém quis ser candidato ao Senado porque o concorrente, Franco Montoro, tinha um prestígio notável. Eu fui. Outro acaso. Depois o Jânio Quadros foi eleito e me levou para ser o secretário dos Negócios Jurídicos. Acaso! Aí fui candidato a vice de Aureliano Chaves, em uma campanha miserável. E o PFL me indicou para ser vice do Geraldo. Tem algum roteiro nisso?”, relatou em uma entrevista de 2006, refletindo sobre os rumos inesperados de sua trajetória.