Ministro da Defesa nega ‘viés ideológico’ nas Forças Armadas

direitaonline



Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) nesta quinta-feira (4), o ministro da Defesa de Lula, José Múcio Monteiro Filho, negou que os militares brasileiros se conduzam por ‘viés ideológico’ e participem da política.

Acompanhado dos comandantes das Forças Armadas, o gestor respondeu aos senadores questionamentos sobre projetos e perspectivas da pasta.

Questionado pelo presidente da CRE, Renan Calheiros (MDB-AL), o ministro José Múcio disse que “tem sido extremamente louvável a atuação das Forças nos últimos episódios que presenciamos”.

“As Forças Armadas desempenham hoje o papel que os senhores desejam, que a sociedade brasileira deseja. No campo da política nós apresentamos ao governo um projeto onde a questão militar e política seria absolutamente separada, com todo o respeito as duas atividades. (…) Queria enfatizar, em momento nenhuma as Forças Armadas têm participado de política. Temos tido uma atuação conjunta, permanente e dedicada com todos os comandantes, o Estado Maior e os três comandantes, para que nossas atividades sejam voltadas para dentro das Forças.”, disse.

O ministro José Múcio pediu ajuda aos senadores para o aumento dos investimentos na área de defesa nacional. A demanda principal do Ministério e das Forças Armadas é atrelar o orçamento para a defesa ao produto interno bruto (PIB). Hoje, os recursos da pasta são de 1,1% do PIB, mas não há vinculação.

“Temos muito orgulho do que somos, mas muita preocupação sobre o que precisamos ser. (…) Primeiro, nós queríamos que houvesse uma fixação [do orçamento], independente de governo. Precisamos fazer planos para o futuro, planejamento, sem que haja interrupção”, afirmou o ministro, que também defendeu o fomento da indústria nacional de defesa.

O governo, segundo o gestor, já sinalizou para que o ministério apresente proposta de crescimento gradativo dos recursos com relação ao PIB, de forma que alcance aos poucos o mínimo de 2%, percentual recomendado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Para Múcio, é preciso fazer entender que a produção e a aquisição de produtos, como aviões e submarinos, “são o caminho de desenvolvimento para a sociedade. Ele salientou que esse tipo de compra e venda sempre passa pela diplomacia brasileira.

Sisfron
Ao responder a senadora Tereza Cristina (PP-MS) sobre o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), o comandante do Exército afirmou que ainda há 80% a realizar.

“O projeto foi se estendendo no tempo, e quando fica muito defasado no tempo o recurso, a tecnologia vai ficando obsoleta. A tecnologia é a única ferramenta que a gente tem para ser efetivo na faixa de fronteira.”.

Tomás Paiva salientou ainda que em comparação com os países do Brics — grupo de países formado por economias emergentes —, o Brasil só não perde para a África do Sul em número de materiais como blindados, astros, helicópteros e artilharia antiaérea. São 2,4 mil unidades nacionais, contra 22,5 mil da Rússia, 12,7 mil da Índia e 29,2 mil da China.


Fonte e foto: Agência Senado

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Policia Federal prede 49 CACs após fim do prazo de recadastramento

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (4), em todo o território nacional, a ‘Operação Day After’, destinada a dar cumprimento de mandados de prisão expedidos contra colecionadores, atiradores e caçadores (CAC’s), bem como possuidores de armas de fogo em geral. A ação acontece um dia após o fim do prazo […]