A defesa do tenente-coronel do Exército Rodrigo Bezerra Azevedo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma lista de testemunhas no processo que investiga um suposto plano de golpe de Estado, incluindo nomes como o Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Alexandre de Moraes e o também ministro da Corte Flávio Dino.
A petição, protocolada no âmbito da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), busca esclarecimentos sobre a participação do militar na acusação.
No documento, os advogados classificam Moraes como “suposta vítima” e justificam sua convocação com base em relatos da Polícia Federal e da PGR.
“Conforme apurado em relatório da Polícia Federal e na denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República [PGR], o suposto nexo causal entre o ora acusado e a alegada tentativa de golpe reside, essencialmente, no monitoramento e no atentado contra a vida da possível vítima, o excelentíssimo ministro Alexandre de Moraes”, afirma a peça.
O advogado Jeffrey Chiquini reforça: “Com o devido respeito, e sem qualquer intenção de promover defesa antiética, mas em atenção ao compromisso com a defesa técnica efetiva e ao rigor jurídico que o presente caso exige, revela-se absolutamente necessário oitiva do excelentíssimo ministro Alexandre de Moraes na qualidade de vítima, especialmente considerando que seu nome foi mencionado por pelo menos 43 vezes na peça acusatória”.
Flávio Dino, por sua vez, é arrolado por seu papel como ministro da Justiça e Segurança Pública durante os eventos de 8 de janeiro de 2023.
“Sua oitiva, na condição de testemunha, revela-se imprescindível para a devida elucidação de todos os procedimentos adotados pelos órgãos de segurança pública, responsáveis pela preservação da ordem e proteção das instituições democráticas no âmbito do Estado Brasileiro”, argumenta a defesa.
A lista inclui ainda o general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na mesma data, e o delegado Alessandro Moretti, ex-diretor de Inteligência da Polícia Federal e adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Embora Lula esteja entre os indicados, a defesa não detalhou os motivos para sua inclusão como testemunha. Especialistas consultados explicam que a lista apresentada depende de aprovação judicial.
Após a petição, o juiz responsável analisa os nomes e decide se determina os depoimentos ou se rejeita, total ou parcialmente, os pedidos.
O processo segue em tramitação no STF, com a defesa buscando ampliar o acesso a versões oficiais para sustentar seus argumentos. E mais: Lula tenta evitar nova ‘crise do Pix’ após decisão do BC. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução; Fonte: CNN)