Investimentos em startups no Brasil em 2023 tem pior resultado desde 2018

direitaonline
Investimentos em startups despencam no país no ano passado — Foto: Pixabay



Em 2023, o cenário para as startups brasileiras foi marcado por uma significativa queda nos investimentos, atingindo o pior nível desde 2018. No decorrer do ano passado, essas startups captaram US$ 1,9 bilhão em capital, representando uma redução de 56,8% em comparação a 2022, que já não havia sido um ano favorável. O número de transações também despencou, registrando 455, em contraste com as 931 do ano anterior, conforme revelado em relatório divulgado nesta quarta-feira (10) pela plataforma Distrito.

Após atingir o ápice em 2021, quando as startups brasileiras receberam US$ 9,9 bilhões em investimentos, o setor enfrenta um declínio. A disponibilidade reduzida de recursos para essas empresas acompanha o aumento das taxas de juros no Brasil e no mundo, assim como a menor disposição dos investidores para assumir riscos.

Eduardo Fuentes, diretor de pesquisa do Distrito, observa que o setor experimentou um ciclo de crescimento impulsionado por um cenário macroeconômico favorável, com taxas de juros baixas e uma fase de transformação digital das empresas. No entanto, entramos em um ciclo de correções.

Na América Latina, os investimentos totais para startups encerraram o ano passado em US$ 3,1 bilhões, indicando uma queda de 60,4% em relação ao ano anterior. O momento mais promissor para a região foi durante o segundo ano da pandemia de Covid-19, quando as empresas latino-americanas arrecadaram US$ 17,1 bilhões.

No cotidiano das startups, a redução de capital se traduziu em demissões, cortes de custos e uma busca intensificada por lucratividade. Os investidores passaram a examinar minuciosamente a sustentabilidade financeira dessas empresas.

O relatório também aponta para uma recuperação que começa a ocorrer, indicada por um aumento progressivo nos investimentos em startups entre o primeiro e o último trimestre do ano, saltando de US$ 395,5 milhões para US$ 531,7 milhões.

As fintechs lideram entre os setores que mais recebem capital, com um terço dos US$ 3,1 bilhões direcionados para essas empresas. Em seguida, destacam-se os setores de energia (US$ 213,1 milhões) e logística (US$ 203,4 milhões). O presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), Diego Perez, atribui esse destaque ao contínuo interesse de investidores devido à abertura do sistema bancário brasileiro e ao potencial de crescimento no setor.

Outra tendência é a busca intensificada por fundos de investimento por negócios em estágio inicial, representando 581 das 746 rodadas na América Latina. Com menos recursos dos investidores de risco, as startups também demonstram um menor apetite para fusões e aquisições, com o número de M&A em 2023 ficando 47% abaixo de 2021, quando atingiu seu pico. E veja também: Lembra do ‘DOC’? Tipo de transferência bancária já tem data para acabar. Clique AQUI para ver. (Fonte: O Globo)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Novo PGR quer ampliar acordo com acusados pelo ‘8 de Janeiro’

Recém-indicado por Lula (PT), o novo procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, tem a intenção de, nos próximos dias, ampliar o número de acordos de não persecução penal relacionados aos eventos de ‘8 de janeiro’ de 2023. A medida visa lidar de forma eficaz com casos em que as pessoas […]