Na última quarta-feira (7), uma densa nuvem de fumaça proveniente das queimadas na região Norte do Brasil estendeu-se pela Amazônia, atingindo a região Sudeste, incluindo São Paulo, e parte do Sul do país, conforme reportagem do jornal O Estado de São Paulo. A fumaça também se espalhou sobre o Peru, Bolívia e parte do Paraguai, evidenciando o impacto transfronteiriço das atividades de queimadas.
As imagens do sistema de monitoramento Copernicus, da União Europeia, revelaram a extensão da dispersão de aerossóis, pequenas partículas suspensas na atmosfera resultantes das queimadas, alertando para as dimensões do problema ambiental.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que a Amazônia registrou 33.116 focos de incêndio em agosto de 2022, representando o maior número para o mês nos últimos 12 anos. Esse valor é mais de quatro vezes superior ao registrado no mesmo período em 2011 (8.002) e ultrapassa a média histórica para agosto, que é de 26.299 focos de queimadas.
O aumento alarmante nas queimadas na região amazônica é destacado pelo fato de que o número de focos em agosto é mais do que o triplo do registrado em 2018, que contabilizou 10.421 incêndios. Na gestão do presidente Jair Bolsonaro, a média mensal de agosto manteve-se acima de 28 mil registros. O recorde histórico ocorreu em agosto de 2005, durante o governo Lula, com 63.764 focos de queimadas.
Os dados mais recentes do Inpe apontam que a Amazônia tinha 1.859 pontos de queimadas ativos na terça-feira (6). No mês de setembro, o número de incêndios na região, alcançando 16.698, é seis vezes maior do que o total registrado no mesmo período do ano anterior.
A devastação do bioma amazônico não se limita apenas às queimadas, pois dados do Deter, também do Inpe, indicam que entre agosto do ano passado e julho deste ano, 8.590 km² da Amazônia foram desmatados. Um relatório do MapBiomas ainda destacou que o desmatamento no Brasil cresceu 20,1% em 2021, atingindo 16,5 mil km² em todos os biomas, resultando na perda de uma área verde equivalente ao Estado do Rio de Janeiro em três anos.
Na Amazônia, estima-se que 18 árvores sejam derrubadas por segundo, e apenas 27% das áreas desmatadas são alvo de fiscalização, apontando para a urgência de medidas eficazes para conter a degradação ambiental na região.
Desmatamento cai, diz INPE
O desmatamento na Amazônia Legal, no período de agosto de 2022 a julho de 2023, alcançou 9.001 quilômetros quadrados (km2), o que representa queda de 22,3% em relação ao ano anterior (2021/2022), informou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quinta-feira (9). Os dados são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), sistema mantido pelo Inpe que faz uma apuração anual da supressão florestal nos nove estados que compõem a Amazônia Legal.
Com o resultado, o desmatamento foi o menor em cinco anos, quando registrou 7,5 mil km2, entre 2018 e 2019. O monitoramento do Prodes é feito no intervalo de agosto de um ano até julho do ano seguinte, entre as estações mais secas da floresta, e é considerado resultado mais confiável e preciso pelos cientistas.
Multas
Entre as ações que o governo diz terem impactado na redução do desmatamento apontada pelo Inpe está a elevação de multas e embargos emitidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
No caso do Ibama, houve incremento de 104% na aplicação de multas (5.169) este ano. Já o ICMBio, responsável pela gestão de unidades de conservação, como parques nacionais, registrou aumento de 320% de multas, totalizando 1,7 mil sanções. E veja também: Ciro Gomes sobre reforma tributária: “uma farsa; um desastre”. Clique AQUI para ver.
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