A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro ouve hoje (26) o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) lembra que o general Augusto Heleno era o chefe do GSI antes de 8 de janeiro. No desempenho desse cargo, ele coordenou as atividades de segurança da Presidência da República e das atividades de inteligência, já que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estava subordinada ao GSI.
Girão lembra ainda que a Abin expediu informes para os integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência alertando que as manifestações do dia 8 poderiam “descambar para condutas ofensivas contra instituições da República”.
No início da noite desta segunda (25), o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu a Heleno a possibilidade de ficar em silêncio diante dos questionamentos.
A defesa de Heleno havia pedido ao STF para ele não comparecer à CPI. Para sustentar a justificativa, inicialmente, os advogados argumentaram haver uma confusão sobre o papel de Heleno na CPI.
A defesa disse, ainda, que o general foi convocado a depor como testemunha, mas que ele é alvo de acusações nos requerimentos de convocação.
“O Paciente está, portanto, na iminência de sofrer nova ilegalidade, em razão de a sua convocação para prestar depoimento naquela comissão na suposta condição de testemunha, quando todos os demais atos daquela Comissão indicam que, na realidade, o Paciente está sendo investigado”, dizia o pedido encaminhado ao STF.
Zanin entendeu, no entanto, que Heleno falará como testemunha e que só deverá dar informações sobre pontos que fazem parte do tema da CPI e dos quais ele tenha conhecimento.
A convocação de Heleno ganhou força na CPI após a revelação de trecho da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro.
Cid relatou que Bolsonaro teria discutido, em uma reunião em 2022, a possibilidade de um “golpe” com comandantes das Forças Armadas.
O general Augusto Heleno será ouvido a partir das 9 horas, no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.
Alan Rodrigues
Na quinta-feira (28), a CPMI ouvirá Alan Diego dos Santos Rodrigues. Ele foi condenado por colocar uma bomba em caminhão-tanque de combustível os arredores do Aeroporto de Brasília.
A CPMI também já ouviu outros dois condenados pelo atentado: o empresário George Washington de Oliveira Sousa e o blogueiro Wellington Macedo de Souza.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) e o senador Izalci Lucas (PSDB-SF) lembram que, em depoimento à polícia, Rodrigues disse que recebeu o explosivo no acampamento que ficava em frente ao quartel general do Exército. Alan Rodrigues será ouvido na a partir das 9 horas, no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.
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