Caixa e BB começam hoje (7) renegociações de dívidas do Fies

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A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil (BB) começam, nesta terça-feira (7), a renegociar as dívidas de estudantes com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A possibilidade também foi adotada pelo governo Bolsonaro no fim do seu último ano de governo.

Os débitos em atraso poderão ter até 100% de desconto em juros e multas e, no caso de liquidação integral do contrato, o desconto chega a 99% do valor consolidado da dívida.

Também participaram do encontro representantes da Caixa, do BB e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que opera o Fies.

Na última sexta-feira (2), o comitê gestor do Fies esteve reunido e aprovou resolução com as condições para as renegociações. O documento será publicado ainda hoje no Diário Oficial da União.

A lei criou condições mais favoráveis de amortização para estudantes com contratos do Fies celebrados até o fim de 2017 e com débitos vencidos e não pagos em 30 de junho de 2023.

Vantagens
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o estudante beneficiário que tenha débitos vencidos poderá liquidá-los nos seguintes termos:

• Estudantes com débitos vencidos e não pagos há mais de 90 dias em 30 de junho de 2023, com desconto de até 100% sobre encargos (juros e multas pelo atraso no pagamento) e de 12% sobre o valor financiado pendente, para pagamento à vista; ou parcelamento em até 150 parcelas mensais e sucessivas do valor financiado pendente, com desconto de 100% dos encargos (juros e multas pelo atraso no pagamento), mantidas as demais condições do contrato (ou seja, ficam mantidas as condições de garantia e eventuais taxas de juros do contrato).

• Estudantes com débitos vencidos e não pagos há mais de 360 dias em 30 de junho de 2023, que estejam inscritos no Cadastro Único ou que tenham sido beneficiários do Auxílio Emergencial 2021, com desconto de até 99% do valor consolidado da dívida, inclusive principal, por meio da liquidação integral do saldo devedor em até 15 prestações mensais e sucessivas.
• Estudantes com débitos vencidos e não pagos há mais de 360 dias em 30 de junho de 2023, que não se enquadrem na hipótese prevista no item anterior, com desconto de até 77% do valor consolidado da dívida, inclusive principal, por meio da liquidação integral do saldo devedor em até 15 prestações mensais e sucessivas.

Mudanças no Fies
Camilo Santana, Ministro da Educação, reafirmou ainda que o governo petita estuda mudanças no programa. Segundo ele, o Fies “se burocratizou demais” e precisa deixar de ser um programa econômico, para ser um programa social.

“É uma coisa que nós estamos reavaliando para o novo Fies, é saber quem é que não paga porque não quer e quem é que não paga porque não tem dinheiro, não tem condições de pagar. Então fazer essa diferenciação para que a gente possa melhorar o controle do programa, que consideramos importante para dar acesso àqueles que querem fazer uma universidade, um curso superior”, disse hoje.

No começo de 2022, o governo Bolsonaro também editou Medida Provisória que perdoou até 92% em dívidas do Fies para alunos que aderiram ao Fundo de Financiamento Estudantil até o segundo semestre de 2017.

O pouco espaço de tempo em que, mais uma vez, o governo precisa renegociar dívidas dos estudantes mostra a falha do sistema de financiamento. Mais de um milhão de alunos já constam como possíveis para requisitar a ajuda no pagamento. Conforme dados do próprio governo (gráfico acima), só em SP são quase 300 mil inadimplentes.

Outro ponto é que se o governo, de tempos em tempos, adotar multirão perdoando dívida, isso desmotiva a quem paga em dia a seguir com a prática. Não é difícil de imaginar que a ‘preocupação’ com a adimplência é menor quando o perdão de débitos é recorrente.

E veja também: Governo Lula recria mais um ‘conselho popular’, agora o de ‘cidades’. Clique AQUI para ver.


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Fonte: Agência Brasil
Foto: Universidade Estadual de Londrina-UEL (via Agência Câmara)

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