Brasil é importante produtor de alimentos e não pode ser dependente de fertilizante importado, afirma empresas internacionais do setor

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Os ministros de Minas e Energia, Bento Albuquerque, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e da Economia, Paulo Guedes falam à imprensa, no Palácio do Planalto sobre o Plano Nacional dos Fertilizantes



Empresas globais de fertilizantes que operam no Brasil podem aumentar a produção local de importantes nutrientes agrícolas se o governo federal continuar melhorando a estrutura regulatória para o setor (como vem fazendo), disseram representantes do setor na última terça-feira (23). As informações são da agência de notícias Reuters.

Em um importante evento do setor, os principais players disseram que o Brasil é um produtor de alimentos muito importante para depender da importação de fertilizantes.

Marcelo Altieri, presidente-executivo da unidade local da norueguesa Yara International , disse durante um painel matinal que a dependência do Brasil das importações representa uma ameaça à segurança alimentar global, já que o país é um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo.

O presidente Jair Bolsonaro costuma relembrar a fala da presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweal, que reconheceu o papel do Brasil na segurança alimentar mundial. “Segundo ela, sem o nosso país, o mundo passa fome”, diz com frequência o líder brasileiro.

Apesar de sua afirmação, Marcelo Altieri se recusou a comentar se a empresa Yara estaria interessada em licitar um projeto de fertilizante à base de nitrogênio à venda pela Petrobras. Segundo a Reuters, a estatal também está buscando empresas interessadas em adquirir os direitos de mineração de potássio na Amazônia.

Atualmente, o Brasil importa cerca de 85% do fertilizante de que necessita, segundo o grupo comercial Anda. Em março, após o início da guerra na Ucrânia, o governo Bolsonaro anunciou um plano para aumentar a produção local.

Uma das principais causas de um país tão grande e fértil como o Brasil precisar importar quase 100% do fertilizante (ainda por cima tendo o agronegócio como principal produto) são legislações que impedem a atividade de extração da substância.

A multinacional Mosaic Co , a quarta maior produtora de fertilizantes do mundo, disse que as perspectivas para a produção brasileira começaram a melhorar depois que o Brasil aprovou novas regras para o mercado de gás, propostas no “Marco do Gás”, do Ministro Paulo Guedes.

O ministério da economia também melhorou a legislação tributária que tendia a favorecer as importações, disse um executivo da Mosaic. “Dependendo das importações não penaliza apenas o país, mas também o mundo”, disse Arthur Liacre, executivo da brasileira Mosaic Fertilizantes, durante um painel de discussão no evento.

Liacre lembrou que há 25 anos a produção local da mistura de fertilizantes NPK era suficiente para atender 55% das necessidades do Brasil. Hoje está um pouco abaixo de 10%, observou.

O Ibram, um lobby do comércio de mineração, disse no evento que apóia a mineração em território indígena brasileiro, dentro do que permite a Constituição, como forma de reduzir a dependência da importação de fertilizantes.

A Brazil Potash Corp, com sede em Toronto, também planeja abrir uma mina de potássio na Amazônia. No sul do Brasil, a Aguia Resources Ltd da Austrália espera construir a primeira mina de fosfato da região até o final de 2023.


Fonte: Reuters
Foto: Agência Brasil

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