O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu os mercados ao acenar com a possibilidade de diminuir os altos tributos sobre produtos chineses. Apesar da sinalização de uma possível trégua na disputa comercial entre as duas maiores economias do planeta, representantes do governo chinês rejeitaram a ideia e, nas redes sociais, a iniciativa foi ironizada como um sinal de “fraqueza”.
Durante uma coletiva na Casa Branca na terça-feira (22), Trump afirmou que as tarifas aplicadas sobre bens chineses poderiam ser “reduzidas substancialmente”. Ele também prometeu uma postura mais conciliadora nas negociações, dizendo que será “muito gentil” nas conversas e evitando citar a origem da pandemia da Covid-19.
A resposta da China, porém, foi firme. Pequim voltou a exigir que Washington suspenda todas as tarifas impostas. “Como diz o ditado, ‘Quem amarrou o sino deve desamarrá-lo’”, declarou He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio, na quinta-feira.
Ele reforçou que “os aumentos unilaterais de tarifas foram iniciados pelos EUA” e que, para solucionar o impasse, os americanos deveriam “remover completamente todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China e encontrar uma maneira de resolver as diferenças através do diálogo igualitário”.
Autoridades chinesas também negaram que haja qualquer tipo de conversa entre os dois governos no momento. Apesar de Trump ter dito que representantes dos dois países mantinham contato “todos os dias” sobre questões comerciais, a versão foi desmentida por Guo Jiakun, do Ministério das Relações Exteriores da China.
“São todas notícias falsas”, afirmou o porta-voz. “Até onde sei, China e Estados Unidos não se envolveram em nenhuma consulta ou negociação sobre a questão tarifária, muito menos chegaram a algum acordo.”
Nas últimas semanas, a China tem buscado reforçar sua imagem como parceiro confiável e estável. O presidente Xi Jinping visitou recentemente três países do Sudeste Asiático, tentando destacar o país como uma alternativa econômica sólida. No entanto, especialistas alertam que a desaceleração da economia chinesa pode forçar Pequim a retomar o diálogo no futuro.
A mudança repentina no discurso de Trump ocorreu logo após uma reunião privada com executivos de grandes redes varejistas americanas — entre elas, Walmart, Target, Home Depot e Lowe’s — que expressaram preocupação com os efeitos negativos das tarifas sobre os negócios e sobre os mercados.
Apesar de não ter especificado o que entende por uma redução “substancial”, um integrante da Casa Branca revelou ao Wall Street Journal que os atuais encargos de 145% sobre produtos chineses poderiam ser reduzidos para algo entre “cerca de 50% e 65%”.
Do lado chinês, o governo estabeleceu recentemente uma meta de crescimento de “cerca de 5%” para este ano, numa tentativa de demonstrar otimismo. Contudo, especialistas econômicos acreditam que será um desafio alcançar esse objetivo.
Embora as exportações tenham registrado um crescimento de 12,4% em março em relação ao mesmo mês do ano anterior, analistas indicam que esse ritmo pode não se sustentar diante das tarifas dos EUA. Segundo o Goldman Sachs, essas tarifas continuarão a “pesar significativamente” sobre a economia chinesa. E mais: Vaticano revela imagens do túmulo do Papa Francisco. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Fonte: CNN)