Nesse domingo (13), o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou em entrevista ao programa “Inside With Jen Psaki” da MSNBC que o país está pronto para retaliar com tarifas se o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, seguir adiante com sua ameaça de lançar uma guerra comercial na América do Norte. Trudeau já anunciou sua renúncia e deixará o cargo em março.
O premiê canadense deixou claro que seu governo não deseja um confronto comercial com a nova administração americana, mas reagirá se forem impostas tarifas sobre produtos canadenses pelos EUA.
Segundo dados do Departamento de Comércio dos EUA, o Canadá é o maior comprador de bens fabricados nos Estados Unidos, com um total de US$ 320 bilhões adquiridos entre janeiro e novembro de 2024, resultando em um déficit comercial de US$ 55 bilhões para os americanos no mesmo período.
“Como fizemos da última vez, estamos prontos para responder com tarifas, se necessário. Somos o principal parceiro de exportação de cerca de 35 estados americanos, e qualquer coisa que dificulte o comércio entre nós acaba custando aos cidadãos e empregos americanos”, declarou Trudeau.
Quando Trump impôs tarifas sobre aço e alumínio durante seu primeiro mandato em 2018, o Canadá respondeu com taxas sobre uma série de produtos americanos, incluindo eletrodomésticos, uísque bourbon e barcos.
Desta vez, Trump falou sobre a possibilidade de aplicar tarifas de 25% sobre mercadorias do México e do Canadá. Um esboço de plano de retaliação canadense inclui quase todas as categorias de produtos importados dos EUA.
Durante a entrevista, Trudeau também destacou os investimentos canadenses em segurança de fronteiras, como a aquisição de helicópteros e drones, visando reduzir o fluxo de fentanil e a migração ilegal para os EUA, respondendo diretamente às preocupações de Trump.
“Não somos um problema. Na verdade, respondemos ao pedido dele para que fizéssemos mais com investimentos de bilhões de dólares para fortalecer ainda mais a segurança de nossas fronteiras”, disse Trudeau.
O premiê caracterizou as declarações de Trump sobre a possibilidade de o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA como “distrações” de questões mais urgentes. Trudeau, que anunciou sua renúncia em 6 de janeiro como primeiro-ministro e líder do Partido Liberal, permanecerá no cargo até a escolha de seu sucessor pelo partido, marcada para 9 de março.
Enquanto isso, a primeira-ministra de Alberta, Danielle Smith, encontrou-se com Trump no sábado em Mar-a-Lago, na Flórida, para discutir a importância das relações energéticas entre os dois países. E mais: Mercado já vê inflação de 5% em 2025. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: O Globo)