(Errata: a reportagem trazia uma imagem ilustrativa dos Correios no lugar da foto do Banco do Brasil. A alteração foi feita às 16h36 de 8 de fevereiro de 2025)
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a realização de uma auditoria nas contas da Previ, o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil. A decisão ocorre após o registro de um déficit expressivo de R$ 14 bilhões entre janeiro e novembro de 2024, elevando as preocupações sobre a sustentabilidade financeira da entidade.
A solicitação partiu do ministro Walton Alencar, que classificou a situação como extremamente ‘grave’ e destacou a necessidade de medidas urgentes para avaliar os impactos do rombo nas obrigações da Previ. Em seu despacho, Alencar enfatizou a importância da fiscalização:
“Diante do histórico desse e de outros fundos de pensão, de entidades públicas em situação claramente duvidosa, são sobremodo relevantes as informações disponibilizadas no próprio site da Previ. Os resultados obtidos no ano de 2024 dão causa a gravíssimas preocupações. Reitero a informação de risco absoluto para o erário e a relevância para fiscalização presente. Solicito, pois, providência junto à Secretaria Geral de Controle Externo para que a auditoria seja realizada com a urgência que o caso requer.”
Déficit bilionário e histórico de investimentos
A Previ, considerada o maior fundo de previdência complementar do país, administra um patrimônio de aproximadamente R$ 230 bilhões, distribuído em investimentos diversificados, incluindo renda fixa, ações de empresas, imóveis e aplicações no exterior. O fundo vinha registrando superávits nos anos anteriores — R$ 5,6 bilhões em 2022 e R$ 9,8 bilhões em 2023 —, mas sofreu um forte impacto negativo em 2024.
Apesar do déficit no ano corrente, a Previ declarou que, ao considerar o desempenho acumulado dos últimos anos, ainda apresentava um saldo positivo de R$ 528 milhões até novembro. A entidade também garantiu que mantém sua solidez financeira e segue pagando mais de R$ 16 bilhões em benefícios anualmente, sem risco imediato de necessidade de contribuições extraordinárias por parte dos participantes ou do Banco do Brasil.
Histórico de fiscalização e supervisão do fundo
A auditoria determinada pelo TCU não é o primeiro episódio de questionamento sobre a gestão da Previ. Em 2024, Walton Alencar foi relator de uma representação que questionava possíveis irregularidades na nomeação de João Luiz Fukunaga para a presidência do fundo. Na ocasião, o tribunal arquivou o caso por falta de provas, mas solicitou informações detalhadas sobre as estratégias de investimento adotadas pela entidade.
O setor de previdência complementar no Brasil é fiscalizado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão vinculado ao Ministério da Previdência. Em nota, a Previc minimizou os impactos das perdas da Previ, afirmando que oscilações no mercado financeiro são normais e fazem parte da dinâmica das carteiras de investimentos:
“As oscilações do mercado financeiro e de capitais fazem parte do risco e não significam prejuízo. São flutuações econômicas normais, geralmente conjunturais, das carteiras de investimentos, que podem impactar positivamente ou negativamente a rentabilidade anual. Esses movimentos são acompanhados internamente, por todas as entidades fechadas de previdência complementar, e externamente pela supervisão e fiscalização da Previc. A Previ não tem déficit a equacionar.”
A expectativa agora é que o TCU avance na auditoria para verificar se houve falhas na gestão dos investimentos e se há risco real para os beneficiários do fundo. E mais: Eduardo Paes pede a Lula que transforme Rio de Janeiro em ‘capital honorária’ do Brasil. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Jornal Nacional)
O Tribunal de Contas da União determinou que seja feita uma auditoria nas contas da Previ, o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, que teve perdas de R$ 14 bilhões no ano passado.
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— GloboNews (@GloboNews) February 8, 2025