Um dos quatro acusados pelo atentado terrorista que resultou na morte de pelo menos 133 pessoas na noite de sexta-feira (22) em Moscou alegou ter sido contratado para realizar o ataque por uma quantia equivalente a R$ 26,8 mil. “Recebi metade no cartão”, reclamou o suspeito, enquanto estava algemado, aos policiais que o detiveram.
Ele e outros três suspeitos de abrir fogo contra a multidão que aguardava por um show de rock no Crocus City Hall foram capturados após romperem um bloqueio policial na região de Briansk, a 340 km a sudoeste de Moscou. A operação foi coordenada pelo FSB (Serviço Federal de Segurança, na sigla russa).
Com eles, as autoridades encontraram passaportes do Tadjiquistão, uma república ex-soviética de maioria muçulmana na Ásia Central. O Estado Islâmico, grupo terrorista combatido pela Rússia na guerra civil da Síria, assumiu a responsabilidade pelo ataque.
No interrogatório, o suspeito foi questionado sobre sua presença no Crocus. “Ataque”, respondeu, mencionando que a motivação foi “por dinheiro”. “Cerca de meio milhão de rublos, que não recebi. Recebi metade no cartão”, acrescentou.
Este foi o ataque mais violento em 13 anos na capital russa, superando em número de vítimas o atentado que deixou 37 mortos no aeroporto de Domodedovo, em janeiro de 2011. O país tem um extenso histórico de conflito com o extremismo islâmico, sendo o maior massacre de sua história recente durante o cerco para libertar uma escola tomada por chechenos em Beslan (Ossétia do Norte), em 2004, que resultou na morte de 334 pessoas.
A Prefeitura de Moscou anunciou que vai compensar a família de cada vítima do ataque com R$ 160 mil, pagando um terço desse valor aos parentes daqueles que precisaram ser internados. Os outdoors eletrônicos em toda a cidade estão exibindo mensagens de condolências pela tragédia. Clique AQUI para ver o momento em que o detido é questionado pelos policias russo. (Foto: reprodução vídeo; Tass; Fonte: Folha de SP)