Nova apuração da Polícia Federal vê ligação entre Adélio Bispo e PCC

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Uma investigação que está sendo realizada pela Polícia Federal cita uma possível relação do PCC com pagamentos para os advogados de defesa de Adélio Bispo, autor da tentativa de assassinado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. As informações foram reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo, nesta quarta-feira (19).

Um dos advogados de Adélio, autor da facada no então candidato a presidente, em 2018, recebeu R$ 315 mil reais da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, em 2020.

A investigação, presidida pelo delegado Martin Bottaro, foi instaurada em novembro de 2022, depois que a Justiça autorizou a PF a ter acesso ao conteúdo do celular de advogados que fizeram a defesa de Adélio. Bottaro é considerado um dos principais especialistas em PCC na PF atualmente.

“É razoável inferir que o pagamento fracionado de R$ 315 mil tenha constituído auxílio prestado pela referida facção para o custeio dos honorários dos advogados do autor do atentado, lançando mão dos recursos movimentados pelo citado Setor das Ajudas do PCC”, afirma o juiz do caso, Bruno Savino, em sua decisão.

Além disso, haveria registro no livro-caixa de Zanone de um pagamento de R$ 25 mil e a rubrica “caso Adélio”, e um grupo de troca de mensagens entre os advogados no aplicativo WeChat com o nome “Adélio PCC”.

Os advogados de Adélio deixaram a defesa do criminoso no final de 2019 e até hoje sustentam ter recebido R$ 5.000 de um patrocinador em relação ao qual nunca revelaram o nome. Um dos defensores de Adélio, Fernando Costa Oliveira Magalhães, afirma que o pagamento, dois anos depois do crime, foi feito por outros clientes e que não tem relação com o PCC.

Na reportagem, o jornal informa que o fato foi descoberto depois da obtenção de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e que a cúpula da PF não concordaria com essas informações preliminares do inquérito.

O caso está sob tutela da Direção de Inteligência Policial, a DIP, comandada desde janeiro por Rodrigo Morais. Ele foi delegado da investigação sobre a facada e concluiu não haver mandante na ação de Adélio Bispo —ele foi substituído por Martin Bottaro em dezembro de 2021, após ser nomeado para um cargo nos EUA.

PF ‘escondeu’
Ainda de acordo com o jornal Paulista, a Polícia Federal sob o governo Lula ‘escondeu’ a operação no dia em que aconteceu. A PF realizou no mês passado a operação que contou com busca e apreensão.

Mas, ao contrário do que ocorre na maior parte dos casos, a deflagração não foi divulgada pelo setor de comunicação da PF. A Folha teve acesso ao despacho do juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Criminal de Juiz de Fora. A decisão que autorizou as buscas foi dada no dia 11 de novembro, após o fim da eleição presidencial.


Fonte: Folha de SP

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