Para criticar Lula, jornalista do Estadão diz que petista “teve um dia de Bolsonaro”

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A jornalista Eliane Catanhêde, em sua coluna no Estadão, nesta sexta-feira (11), criticou as falas de Lula, ontem (10), sobre responsabilidade fiscal e teto de gastos. Os comentários do petista passaram um rodo no Ibovespa, que tombou 3,35%, e arremessaram o dólar a R$ 5,40.

Escreveu Catanhêde: “O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ia muito bem, na articulação de apoios e nas manifestações, mas começou a tropeçar nas palavras. E começou cedo, numa área muito delicada: a economia. Chorar ao falar da fome é digno de Lula, de sua biografia e de seus compromissos de campanha, mas atacar “a tal estabilidade fiscal”? Como assim?”, disse ela que também é comentarista da Globo News.

O mais “curisoso” é que, para criticar Lula, Eliane comparou o petista a Bolsonaro. Segundo ela, a fala de Lula “é coisa para um Jair Bolsonaro em guerra com o submisso Paulo Guedes, não para um Lula em incessante busca de apoios. A reação foi rápida: o mercado se alvoroçou, o dólar disparou para R$ 5,39, a Bolsa caiu. Desnecessariamente”.

Na sequência, ela segue as críticas a Lula: “A responsabilidade fiscal não é uma maldade para beneficiar banqueiros, mas obrigação de um governo sério para proteger a todos, principalmente os mais pobres. Estourar as contas públicas é tirar dinheiro de quem mais precisa do Estado e soa como o velho mantra de que “um pouco de inflação não faz mal a ninguém”. Faz, sim, mais ainda para os pobres que Lula acha que está defendendo ao atacar a responsabilidade fiscal”.

Mas chega ao ponto de “compreender” o embate de Lula com as boas práticas econômicas de um governo: “Na quarta, Lula foi no ponto, ao enfatizar suas prioridades, falar da “dívida social de 500 anos com os pobres” e definir, em tese, a diferença entre gastos e investimentos quando se trata de educação, saúde e pobreza – de gente, enfim. E deu um passo adiante, mas no limite: “Guardar dinheiro para pagar dívida de banqueiro?”. Faz sentido, sem jogar para o alto a responsabilidade e sem atrapalhar o objetivo maior, de manter força na sociedade, sólida base no Congresso e confiança dos setores produtivos e financeiros, para botar o barco na água, navegar com segurança em águas turvas e fazer a transição até a terra firme”.

Em seguida, em um jogo de morde e assopra, volta a criticar Lula e diz que ele adotou tom de campanha: “nesta quinta-feira, 10, porém, Lula voltou ao palanque: “Por que as pessoas falam que é preciso cortar gastos, fazer superávit e teto de gastos?”. Pôs Janja num lugar que não cabe a ela e errou no tom e no discurso, que agrada ao PT e à esquerda, mas não convém a um governo de união, comprometido com o desenvolvimento sustentável. Para repetir o óbvio, a prioridade de combater a miséria, precisa atacar princípios de boa governança e uma política econômica responsável?

Catanhêde encerra seu texto pedindo que Lula “esqueça” Bolsonaro, como se o petista fosse, digamos, um grande líder brasileiro acima de miudezas políticas: “Lula acerta na transição com Pérsio Arida e André Lara Resende, bons quadros petistas, aliados e mulheres admiráveis, batendo nas teclas da “normalidade”, “harmonia entre os Poderes”, “reconstrução”, “esperança”. Não deveria voltar a falar mal da herança de FHC nem atacar Bolsonaro e meter as Forças Armadas no meio. É hora de deixar Bolsonaro para trás e olhar para frente. Sem ódio e com responsabilidade. Aliás, não só fiscal.”

Não se sabe quais fatos podem ter colaborado para Eliane Catanhêde conseguir comparar o Governo Bolsonaro e o trabalho impecável do Ministro Paulo Guedes com aquilo dito ontem por Lula (PT), que fez a Bolsa de Valores perder R$ 156 bilhões em um dia.

Mas, por falar em responsabilidade fiscal, é importante lembrar que este ano o Brasil deve fechar as contas no azul pela primeira vez em 8 anos, segundo o Ministro Guedes. Em 2022, o governo central, formado pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, deverá obter superávit primário de R$ 13,5 bilhões. Isso ocorrerá porque, além de as despesas caírem, o governo aumentou as projeções de receitas.

Isso em meio a pandemia, crise hídrica, guerra no Leste Europeu, pagando Auxílio Brasil de R$ 600, cortando IPI de mais de 4 mil produtos industrializados, bancando a redução do ICMS, dando lucro histórico nas estatais, contratando R$ 1 trilhão em investimentos privados em infraestrutura e reduzindo a extrema pobreza ao menor índice da história do Brasil. E com teto de gastos.

E veja também: Relator do orçamento quer os R$ 105 bilhões do Auxílio Brasil fora do teto de gastos. Clique AQUI para ver.

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