Ditadura da Venezuela torna opositores inelegíveis e sepulta perspectiva de eleição livre

direitaonline



Os principais nomes da oposição ao regime do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, estão inabilitados para exercer cargos públicos.

Na prática, a decisão da Controladoria-Geral, compartilhada pelo deputado José Brito nesta sexta (30), sepulta as perspectivas de eleições livres e democráticas em 2024.

A decisão foi anunciada no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A medida atinge a principal representante da oposição atualmente, a ex-deputada María Corina Machado, que fica inelegível por 15 anos.

Além dela, os líderes opositores Henrique Capriles, duas vezes candidato à Presidência, e Juan Guaidó, que chegou a ser reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, também já não podiam disputar o pleito no ano que vem.

A inabilitação de Corina, 55, dá-se por acusação de supostas irregularidades administrativas da época em que foi deputada, de 2011 a 2014, segundo a Controladoria-Geral.

A medida foi imposta contra ela em 2015, mas tinha vigência de um ano apenas. A extensão, alega o órgão, seria porque ela apoiou sanções dos EUA contra Maduro.

Corina é opositora do chavismo e vinha despontando como o principal nome para as primárias da oposição.
Nas redes sociais, ela disse que a medida é inútil. “Isso só demonstra que o regime já sabe que está derrotado”, escreveu. “Agora votaremos com mais força, mais rebeldia e vontade nas primárias.”

 

O também opositor Capriles, 50, está impedido de exercer cargos públicos desde 2017, numa sentença também válida por 15 anos.

Ainda assim, ele foi escolhido para representar a legenda opositora Vontade Popular nas primárias da oposição, previstas para outubro —as condições da disputa ainda são obscuras.

No caso de Capriles, a punição foi determinada por supostas irregularidades administrativas de 2011 a 2013, quando ele era governador de Miranda, no norte do país.

Decisão semelhante foi tomada contra Guaidó, 39, acusado pelo regime em 2019 de não explicar a origem de fundos que utilizou para pagar por viagens ao exterior, além de ter rendimentos incompatíveis com seus gastos. Também proibido de ocupar cargos públicos por 15 anos, ele está em autoexílio nos EUA.


Fonte: Folha de São Paulo
Foto: reprodução Instagram Maduro

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Tebet se esquiva sobre fala de Lula a respeito da Venezuela: “...entendemos do mesmo jeito”

A Ministra Simone Tebet, que tanto falou sobre ‘democracia’ na campanha eleitoral de 2022, foi questionada por um jornalista da Globo News, nesta quinta-feira (30), a respeito da fala de Lula sobre a Venezuela. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o petista que “conceito de democracia é relativo para mim e […]