O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) revelou a origem do ônibus que transportou 44 pessoas em situação de rua para Florianópolis. O veículo teria saído de Teofilândia, município na Bahia com pouco mais de 21 mil habitantes. O promotor Daniel Paladino (foto acima) confirmou a informação em entrevista à CBN Floripa na segunda-feira (22). Segundo ele, o ônibus desembarcou em um “lugar incomum”, próximo ao Terminal de Integração da Trindade (Titri).
Os passageiros, que já chegaram com malas, estavam desembarcando quando foram abordados por agentes da Polícia Militar (PM) e do serviço de abordagem social. “Não era nem no Titri, muito menos no Terminal Rita Maria, onde se esperava realmente que este ônibus desembarcasse, já que foi dito pelo próprio motorista que se tratava de um ônibus de turismo. Porém, as pessoas foram largadas em local incomum”, afirmou o promotor.
Conforme Paladino, os passageiros não tinham vínculos com Florianópolis ou parentes na capital catarinense. A prefeitura de Teofilândia tem 15 dias, contando desde o início das investigações, para responder aos questionamentos do MPSC. O inquérito foi aberto em 15 de janeiro pela 30ª Promotoria de Justiça da Capital.
O promotor enfatizou que casos semelhantes não são raros e que o MPSC vai atuar para evitar sua repetição. “Nós conseguimos identificar três cidades praticando, em tese, essa irregularidade, essa desumanidade. Nós vamos continuar nesse esforço e esses municípios que já identificamos serão responsabilizados civil e criminalmente por essa prática desumana”.
Conforme Paladino, a suspeita é de que o despacho de pessoas tenha ocorrido também em outros momentos. “Segundo informações, isso vem sendo feito por esse município semanalmente. Não sabemos se essas pessoas são todas originárias daquele municipio, até porque esse ônibus fez paradas também em São Paulo”, informou o promotor.
Segundo dados da Secretaria de Assistência Social de Florianópolis, 968 pessoas em situação de rua estão cadastradas no município. Dentre elas, apenas 123 são naturais de Florianópolis, enquanto 667 são de outros Estados. Os números indicam que 448 pessoas são atendidas pelos serviços oferecidos pela capital, enquanto 520 estão fora. Outras 32 recusaram o atendimento, conforme os dados.
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O que diz a prefeitura
A prefeitura de Teofilândia (BA), por meio de assessoria, disse que o envio de pessoas não procede e que a cidade não tem moradores de rua. Informou que sempre que o município recebe pessoas em situação de rua, promove os atendimentos necessários e faz envio para municípios de origem. E veja também: Zé Trovão (PL-SC) se justifica após áudio vazado em que chama Bolsonaro de “mau exemplo”. Clique AQUI para ver.