Em tempos de trabalho híbrido, uma nova prática vem chamando a atenção — e gerando preocupação — em empresas ao redor do mundo: o coffee badging.
O termo, que mistura as palavras “coffee” (café) e “badging” (passar o crachá), define o hábito de ir ao escritório apenas para registrar presença, tomar um café, conversar rapidamente com colegas e logo em seguida voltar para casa ou retomar as atividades de forma remota.
A prática tem se popularizado principalmente em empresas que exigem a presença dos colaboradores no escritório em determinados dias da semana. Para muitos funcionários, a obrigação física contrasta com a rotina já consolidada do home office.
O resultado é uma presença simbólica: o profissional aparece no local, mas sem o objetivo de passar o dia ali ou de se integrar aos rituais e encontros presenciais da empresa.
Do ponto de vista dos trabalhadores, o coffee badging é uma forma de atender às exigências formais da companhia sem abrir mão da flexibilidade adquirida durante a pandemia. Em muitos casos, esses profissionais alegam manter ou até aumentar a produtividade fora do ambiente corporativo tradicional.
Já para as empresas, a situação representa um dilema: como garantir engajamento e preservar a cultura organizacional se as interações presenciais se limitam a meras aparições?
Estudos indicam que o modelo híbrido funciona melhor quando há confiança entre líderes e equipes, e quando a presença física tem propósito claro — como reuniões criativas, decisões estratégicas ou desenvolvimento de projetos em grupo. No entanto, quando o retorno ao escritório é imposto sem planejamento ou diálogo, o engajamento pode dar lugar à ‘resistência silenciosa’.
Diante do coffee badging, algumas empresas começaram a repensar suas políticas de retorno. Outras passaram a monitorar a permanência dos funcionários no escritório por meio de sensores de presença, registros de acesso e até softwares. A medida, no entanto, tem levantado debates sobre privacidade e clima de desconfiança.
Em meio a esse novo cenário, especialistas em recursos humanos apontam que o verdadeiro desafio está em tornar o escritório um ambiente atrativo, que ofereça valor real à presença física.
A imposição sem propósito pode levar à desconexão. Já a construção de uma cultura híbrida equilibrada, com autonomia e colaboração, tende a evitar práticas como o coffee badging e aumentar o engajamento genuíno das equipes. E mais: Flávio Bolsonaro nega tratar de sanções a Moraes com emissário de Trump. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay)