Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou nesta terça-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
A parlamentar foi condenada recentemente a dez anos de reclusão, acusada de ter orquestrado uma invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Um dia antes da decisão, Zambelli comunicou publicamente que deixou o Brasil.
Diante do anúncio, Moraes solicitou que o nome da deputada seja incluído na lista vermelha da Interpol, o que permite sua captura internacional. Zambelli afirmou estar atualmente em Miami, nos Estados Unidos, e pretende seguir viagem à Itália, onde possui cidadania.
Segundo reportagem do UOL, Zambelli cruzou a fronteira com a Argentina no fim de maio. No despacho, o ministro avaliou que “é evidente” a intenção da parlamentar de escapar da execução da pena e destacou que ela declarou que, mesmo fora do país, continuará a “atacar o sistema eleitoral e o Estado democrático de direito”.
Além do mandado de prisão, Moraes determinou o bloqueio imediato de contas bancárias, do passaporte e da remuneração parlamentar de Zambelli. Também ordenou que as plataformas digitais — como Meta (Facebook e Instagram), X (antigo Twitter), TikTok, LinkedIn, YouTube, Telegram e Gettr — suspendam, no território nacional, os perfis da deputada no prazo de até duas horas.
Caso a decisão não seja cumprida, será aplicada multa diária de R$ 100 mil. Publicações que repitam “condutas criminosas”, feitas por ela ou por terceiros, poderão gerar multa de R$ 50 mil por post.
A decisão do STF atende a pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na segunda-feira (3). Na justificativa, Moraes afirmou que a prisão preventiva foi tomada como “último recurso”, diante da insistência da parlamentar em adotar condutas criminosas mesmo após condenação.
No momento em que deixou o território nacional, Zambelli estava com o passaporte em mãos e não havia ordem de prisão em vigor. O documento já havia sido apreendido anteriormente, em 2023, mas foi posteriormente devolvido.
Após a fuga, seu então advogado, Daniel Bialski, anunciou a renúncia à defesa. “Fui apenas avisado da viagem. Deixo o caso por razões de foro íntimo”, declarou ele.
A própria deputada reconheceu que não o informou com antecedência: “Não falei para o meu advogado, e isso dá motivo suficiente para ele deixar o caso”, disse à CNN, acrescentando que o fez “para não prejudicá-lo”. Com a renúncia do defensor, Moraes designou a Defensoria Pública da União para assumir a defesa da parlamentar.
Em entrevista à CNN, Zambelli desafiou as medidas judiciais: “Eu tenho um passaporte italiano. Pode colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália”, afirmou.
“Sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a Justiça italiana me prenda. E aí não vai ser o Alexandre de Moraes, vai ser a Justiça italiana. Estou pagando para ver um dia desse.”. E mais: Desaprovação ao governo Lula atinge 57%, revela pesquisa Quaest. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Câmara; Fonte: UOL)