O ministro Alexandre de Moraes disse que os envolvidos nos atos de ‘8 de janeiro’ do ano passado tinham a intenção de “prendê-lo” e “enforcá-lo”. O magistrado, relator das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), deu a declaração uma entrevista exclusiva ao jornal O Globo e descreveu diferentes abordagens planejadas em relação a ele. A Globo News também deve levar ao ar no dia 7 deste mês um documentário sobre os acontecimentos de 2023.
“O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio”, esclareceu o ministro. O último plano, conforme Moraes, envolvia o seu enforcamento em praça pública. “E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, reforçou.
Moraes destacou que houve uma tentativa de planejamento detalhado dessas ações, e um inquérito com a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está em curso, monitorando os passos desses suspeitos, caso a necessidade de prisão surgisse. “Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso”, afirmou o ministro.
‘UM DOS PLANOS ERA ME PRENDER E ENFORCAR’ | Na estreia da série de reportagens sobre os ataques do 8 de Janeiro, o ministro Alexandre de Moraes conta que a investigação desvendou três planos contra ele, que envolviam até homicídio. Confira a entrevista: https://t.co/bYdt9Mb0tn pic.twitter.com/FwZe0T7KzU
— Jornal O Globo (@JornalOGlobo) January 4, 2024
Em relação aos atos em si, Moraes falou sobre a possibilidade de chegar aos “organizadores” e informou que, em menos de um ano, mais de 30 pessoas foram condenadas pelos eventos. Ele também defendeu a regulamentação das redes sociais, destacando a falha dessas plataformas e sua instrumentalização durante os eventos. “Elas [as redes] falharam e foram instrumentalizadas no 8 de Janeiro. Proliferaram o discurso de ódio, antidemocrático, permitindo que as pessoas se organizassem para a ‘festa da Selma, que era o nome utilizado (para o 8 de Janeiro)”, apontou.
Moraes mencionou que sua segurança permanece a mesma desde que assumiu a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo em 2014, mas a segurança de sua família foi reforçada. “Eu já recebia ameaças da criminalidade organizada. O esquema é o mesmo há quase nove anos. Esses golpistas são extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente. Então, chegam muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos. Preferem ameaçar as meninas e sempre com mensagens de cunho sexual. É um povo doente”, declarou o ministro.
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