Foto: Marinha dos EUA | Fonte: The New York Time; Estadão
Dois integrantes da tropa de elite da Marinha dos Estados Unidos (SEALs), que desempenharam papel na operação que resultou na morte de Osama Bin Laden em 2011, desapareceram no mar durante uma ação contra o grupo rebelde Houthi.
O incidente ocorreu durante uma operação mal-sucedida de embarque de navios próximo à Somália, na semana passada, destinada a interceptar armas iranianas a caminho dos houthis no Iêmen para realizar ataques no Mar Vermelho, conforme informaram duas autoridades dos EUA.
Os militares estavam se preparando para embarcar em um navio no Golfo de Áden em 11 de janeiro, em um dia marcado por condições marítimas adversas. Durante a ação, um deles escorregou de uma escada, e o outro mergulhou para ajudá-lo na água. Não está claro se outros militares conseguiram embarcar com sucesso no navio e se alguma arma de fabricação iraniana foi apreendida.
Esse tipo de operação, que envolve a interdição de embarcações suspeitas ou inimigas para abordagem, busca e apreensão, é considerado uma das missões mais desafiadoras e perigosas no meio militar. Geralmente realizadas por tropas com treinamento especial, incluem a abordagem de embarcações suspeitas em meio a condições marítimas hostis, utilizando barcos menores, escadas e ferramentas de escalada.
As operações de busca e resgate estão em andamento, enfrentando desafios como a água quente da região, ondas fortes e a fadiga dos militares. As autoridades mantêm a esperança de encontrar os dois militares de elite vivos.
John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, explicou em um programa de TV que a ação faz parte dos esforços contínuos dos militares americanos para interromper o envio de armas do Irã para o Iêmen, onde os houthis, apoiados por Teerã, têm influência. O desaparecimento destaca o desafio persistente enfrentado pelo governo de Joe Biden e seus aliados internacionais diante do aumento de ataques a embarcações no Mar Vermelho atribuídos aos houthis e ao Irã, afetando o comércio global.
As autoridades americanas acusam o Irã de desempenhar um papel significativo nos ataques, alegando que os houthis não teriam capacidade para ameaçar a rota marítima sem o apoio tecnológico e de inteligência iraniano. Por sua vez, os houthis justificam os bombardeios como uma resposta à campanha militar de Israel em Gaza.
Ataques aéreos conduzidos pelos EUA e pelo Reino Unido no Iêmen miraram estações de radar, locais de lançamento de mísseis e instalações de armazenamento usadas pelos houthis. O Pentágono alertou que o grupo deve continuar sendo uma ameaça, e o governo Biden, embora não descarte futuras ações militares, busca agir com cautela para evitar a escalada da violência no Oriente Médio. Antes dessas tensões, a atividade militar dos EUA na região já estava em andamento em colaboração com outros países para combater a pirataria e o tráfico de armas. E veja também: Forças Armadas terão programa de prevenção em saúde mental. Clique AQUI para ver.