Lula promete doar mais dinheiro a agência da ONU acusada de colaborar com ataque do Hamas

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Foto: Lula e o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, plantam uma muda de oliveira, no no jardim da Embaixada da Palestina em Brasília. | Foto: Palácio do Planalto



Lula anunciou que vai aumentar a doação (com recursos públicos) do Brasil à agência das Nações Unidas destinada a ações humanitárias de suporte aos refugiados palestinos. Esse órgão da ONU é acusado de ter apoiado o Hamas no ataque terrorista de outubro do ano passado. A reportagem é do Estadão.

Isso porque doze funcionários da agência foram acusados pela inteligência de Israel de participarem dos ataques promovidos pelo Hamas em 7 de outubro, o que levou a um bloqueio no financiamento internacional do órgão, demissões e à abertura de uma investigação interna.

Em reação ao que o governo brasileiro entende ser uma ‘ameaça’ à continuidade do trabalho em Gaza, o presidente Lula prometeu ampliar os repasses à agência. O anúncio foi feito durante visita à Embaixada da Palestina em Brasília, na noite desta quinta-feira (8).

“O Brasil exorta a comunidade internacional a manter e reforçar suas contribuições para o bom funcionamento das suas atividades. Meu governo fará aporte adicional de recursos para a agência”, assegurou Lula, conforme discurso divulgado nesta sexta-feira, dia 9, pelo Palácio do Planalto.

“O Brasil também integra a Comissão Consultiva da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA). As recentes denúncias contra funcionários da UNRWA precisam ser devidamente investigadas, mas não podem paralisá-la.”

O valor adicional a ser transferido pelo Brasil não foi divulgado. A agência vive de contribuições Cerca de 95% do orçamento vem de transferências governamentais. Conforme balanços recentes, o orçamento foi US$ 1,17 bilhão em 2022. Os maiores doadores foram países membros da União Europeia (US$ 520 milhões) e os Estados Unidos (US$ 344 milhões). O Brasil transferiu US$ 75 mil, aproximadamente R$ 371 mil.

A atuação e o financiamento da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) viraram uma crise política e diplomática, decorrente da guerra em Gaza.

Em janeiro, o governo de Israel acusou – com dossiê entregue aos EUA – colaboradores da agência de envolvimento direto nos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, que causaram a morte de 1.200 pessoas, a captura de 250 reféns e deflagraram a guerra em andamento na região.

Dos 12 acusados, nove foram demitidos, dois ainda precisam ser identificados e um morreu. A ONU já fala em uma “infiltração” do Hamas.

Segundo Israel, cerca de 190 colaboradores da agência que distribui alimentos, fornece abrigo e educação aos refugiados palestinos teriam algum tipo de militância em grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, tem apelado pelo desbloqueio dos recursos para a agência. Ele prometeu agir imedidamente, caso receba qualquer ‘nova informação’ a respeito da “infiltração” do Hamas na ONU.

O Itamaraty já havia dito, em nota, que acompanha com atenção a apuração interna em curso nas Nações Unidas: “O Brasil confia em que as investigações, ora em curso, conduzidas pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna das Nações Unidas (OIOS), e que resultaram na demissão de funcionários da Agência, chegarão a bom termo. As referidas denúncias não devem, entretanto, ensejar redução das contribuições imprescindíveis ao funcionamento da UNRWA, em cenário que pode levar ao colapso das atividades da agência, em contexto de grave crise humanitária em Gaza e em prejuízo do cumprimento de recente decisão, de caráter juridicamente vinculante, pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), sobre o imperativo de garantir o acesso humanitário aos cidadãos de Gaza. A população civil palestina na região e os esforços de ajuda humanitária têm na UNRWA um ponto de apoio indispensável.”

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