Lula se irrita com evento esvaziado no Planalto e cancela agendas do dia

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Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou forte irritação nessa quarta-feira (12) diante da baixa adesão de empresários ao evento que marcava um ano de investimentos na indústria da Defesa, realizado no Palácio do Planalto. Diante do esvaziamento, Lula optou por não discursar e cancelou suas atividades programadas para o restante do dia.

O evento contou com a presença de ministros e comandantes das Forças Armadas, além de representantes da iniciativa privada. No entanto, conforme relatado pelo UOL, havia “mais de dez cadeiras vazias na ponta da mesa disposta em U, no Salão Oeste do Planalto”. Para minimizar o impacto visual, o cerimonial precisou redistribuir os participantes para que ficassem mais próximos do presidente.



Segundo a reportagem, Lula ficou incomodado com a situação e decidiu não discursar. No momento em que deveria falar, chamou o auxiliar Fernando Igreja e sinalizou sua desistência. “O ato foi encerrado”, relatou o UOL. A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) afirmou que o discurso não estava previsto, mas o descontentamento de Lula ficou evidente.

Após o episódio, o atual chefe do Executivo cancelou a reunião com ministros no Planalto e sua participação em um evento com jovens cientistas, que estava marcado para o final da tarde.



“O presidente deixou o Planalto às 14h35, rumo à Granja do Torto”, informou o UOL. No local, Lula teve uma reunião com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), onde discutiram investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado, incluindo o túnel Santos-Guarujá.

A Secom justificou o cancelamento do último compromisso oficial do dia afirmando que Lula precisava organizar as viagens ao Amapá e ao Pará, previstas para quinta (13) e sexta-feira (14). Entretanto, auxiliares do presidente atribuem a decisão ao clima criado pelo evento esvaziado. “Lula, que sempre prefere fazer eventos no Salão Nobre, ainda maior, esperava a mesa cheia e culpou o cerimonial”, revelou o UOL.



Nos bastidores do governo, a percepção é de que o evento não tinha “muito propósito”, embora tenha servido para destacar investimentos na indústria da defesa, estimados em R$ 113 bilhões ao longo do mandato. Durante a cerimônia, o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, anunciou “um investimento de R$ 20 bilhões na produção de aeronaves e pesquisa sobre carros voadores até 2030”.

Aliados do presidente também apontam que a insatisfação de Lula reflete um clima mais amplo dentro do governo. “Entrando no terceiro ano de mandato, Lula esperava um clima melhor não só com a iniciativa privada como também com a população no geral”, destacou o UOL.



Diante de pesquisas que mostram dificuldades na popularidade, há um esforço para mudar a estratégia de comunicação do presidente. O ministro da Secom, Sidônio Palmeira, tem buscado reduzir a participação de Lula em eventos fechados em Brasília e priorizar sua presença em vídeos e entrevistas voltadas “ao Brasil e à população”. O episódio desta quarta-feira pode reforçar essa diretriz. (Foto: Palácio do Planalto; Fonte: UOL)

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