Rússia estende prisão do jornalista americano Evan Gershkovich

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Um tribunal russo aumentou, nesta terça-feira (23), a prisão do repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich (foto acima) em mais três meses, durante audiência a portas fechadas.

O jornalista é o primeiro correspondente dos EUA desde a Guerra Fria a ser detido na Rússia por acusações de espionagem.

Gershkovich, um cidadão americano de 31 anos, fica detido agora até 30 de agosto. Ele havia sido preso em março por acusações de espionagem em uma viagem de reportagem na Rússia. Ele, seu empregador e o governo dos Estados Unidos negaram as acusações.

A audiência pré-julgamento de hoje não foi anunciada com antecedência e todo o caso foi envolto em sigilo. As autoridades russas não detalharam quais evidências – se houver – elas reuniram para apoiar as acusações de espionagem.

Vários procedimentos legais foram fechados para a mídia. Nenhum detalhe surgiu imediatamente sobre se Gershkovich compareceu à audiência ou o que foi dito. A agência de notícias russa Tass apenas disse que a sessão foi encerrada porque o repórter foi acusado de posse de “materiais secretos”.

Outra agência de notícias russa, a Interfax, citou um funcionário do tribunal dizendo que os pais de Gershkovich (eles mesmos emigrantes soviéticos que vivem em Nova Jersey) estavam visitando Moscou e foram admitidos no prédio do tribunal, mas não na audiência do filho. O Departamento de Estado dos EUA disse que pelo menos um funcionário da Embaixada dos EUA compareceu à audiência.

O governo dos Estados Unidos declarou que Gershkovich foi “detido injustamente” e exigiu sua libertação imediata. Ele está detido na prisão de Lefortovo, em Moscou.

Funcionários da Embaixada dos EUA foram autorizados a visitar Gershkovich uma vez na prisão desde sua prisão em Yekaterinburg em 29 de março, mas as autoridades russas negaram dois pedidos mais recentes para vê-lo.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse a repórteres em Washington: “Mais uma vez pedimos à Rússia que cumpra sua obrigação de fornecer acesso consular a ele”.

Ele acrescentou que as acusações contra Gershkovich “são infundadas e continuamos a pedir sua libertação imediata, bem como a libertação imediata de Paul Whelan”.

Whelan, um executivo de segurança corporativa de Michigan, está cumprindo uma sentença de espionagem de 16 anos em uma remota prisão russa. O fuzileiro naval aposentado dos EUA foi detido em 2018. Whelan e Washington negam que ele tenha espionado na Rússia.

O governo Biden esperava garantir a libertação de Whelan durante as negociações sobre uma troca de prisioneiros que acabou libertando a estrela do basquete americano Brittney Griner de uma prisão russa em dezembro passado.

Analistas apontaram que Moscou pode estar usando americanos presos como moeda de troca nas crescentes tensões EUA-Rússia sobre a operação militar do Kremlin na Ucrânia.

Em uma declaração após a audiência, o Wall Street Journal disse: “Embora esperássemos que não haveria mudanças na detenção injusta de Evan, estamos profundamente desapontados. As acusações são comprovadamente falsas e continuamos a exigir sua libertação imediata”.


Fonte: Associated Press
Foto: reprodução redes sociais

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