De acordo com reportagem do caderno ‘Agro’ do jornal O Estado de São Paulo, os ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, estão buscando soluções para a crise gerada pelo recente leilão de arroz promovido pelo governo Lula.
Nesta segunda-feira (10), os três se reuniram em encontros internos fora das agendas oficiais divulgadas. A urgência dessas reuniões deve-se às suspeitas de irregularidades no leilão, que chegaram ao conhecimento de Luiz Inácio Lula da Silva. Em resposta, o petista ordenou o afastamento dos responsáveis pelo processo, conforme antecipado pela jornalista Roseann Kennedy em sua coluna no Estadão.
Isso porque, das quatro empresas vencedoras do leilão de arroz promovido pelo governo Lula, a maior compradora é uma empresa pertencente a um minimercado em Macapá (Amapá), cuja atividade principal é a venda de leite e laticínios. Outra vencedora pertence a um empresário de Brasília que admitiu à Justiça ter pago propina para conseguir um contrato com a Secretaria de Transportes do Distrito Federal (DF). Clique AQUI para ver mais.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, tinha compromisso marcado em Brasília para participar da 4ª Edição do Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento (ABRAS), mas não compareceu. Edegar Pretto, presidente da Conab, manteve seus compromissos normais, incluindo uma reunião com o ministro Paulo Teixeira, conforme a agenda oficial. Nos bastidores políticos de Brasília, a possibilidade de suspensão do leilão já é considerada, segundo o Estadão.
A decisão de realizar o leilão de importação de arroz foi baseada em uma análise técnica conduzida pelo diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Silvio Porto. Este documento foi aprovado pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller. Com essa aprovação, o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, conduziu a operação.
O nome de Neri Geller voltou ao centro das atenções porque o presidente da Bolsa e corretor responsável por arrematar nove dos 15 lotes negociados no leilão de arroz da Conab é seu ex-assessor parlamentar. Robson Luiz Almeida França, que entrou no ramo de Bolsas de Mercadorias em maio de 2023, criou a Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e se cadastrou na Conab no mesmo período. Ele também abriu a Foco Corretora.
Essas duas empresas, a BMT e a Foco Corretora, foram destaques no leilão, arrematando mais de 90 mil toneladas de arroz (93.684 toneladas), um volume significativo que representa os lances de três empresas: Zafira Trading, Icefruit, e ASR.
O governo deve pagar aproximadamente R$ 468 milhões por este volume, e entre 0,5% e 1% desse valor ficará com as bolsas e corretoras responsáveis pela operação. E mais: Governo Lula quer aborto e delação premiada fora da pauta por “alimentar clima de intolerância”. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Estadão)