O governo brasileiro pediu à Câmara Municipal do Porto, em Portugal, para trazer ao Brasil o coração do imperador D. Pedro I. O órgão está armazenado e conservado na Igreja da Lapa, na cidade portuguesa, há 185 anos. As informações são do site de notícias “Lusa”, de Portugal.
O embaixador brasileiro em Portugal, George Prata, um dos coordenadores das comemorações dos 200 anos da independência do Brasil, disse à Lusa que o Brasil manifestou a autoridades portuguesas a vontade de ter temporariamente o coração de D. Pedro I.
“Dada a importância que os dois países atribuem à figura de D. Pedro [Pedro I para os brasileiros e D. Pedro IV para os portugueses] no contexto da independência do Brasil, nós iniciámos conversações, preliminares, com o lado português para explorar a possibilidade da transladação temporária do coração do D. Pedro para o Brasil”, afirmou à Lusa o diplomata, que é um dos coordenadores das celebrações do bicentenário, nomeado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Ainda de acordo com o noticiário, o diplomata explicou que foi ele, em sua visita a Portugal, em fevereiro, quem fez os contatos com a Câmara Municipal do Porto e com a Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, guardiões do coração do imperador D. Pedro I, que se encontra na Igreja da Lapa, naquela cidade portuguesa.
“O contato foi feito por mim. Quando eu estive em Portugal, estive no Porto, visitei a Câmara Municipal e tive também uma reunião com representantes da irmandade de Nossa Senhora da Lapa”, explicou.
George Prata assegurou, porém, que até agora não há nenhum pedido oficial feito pelo governo federal sobre o assunto, nem contatos oficiais com o Governo português, porque “há considerações” a tomar para a possibilidade de transladar o coração temporariamente para o Brasil, onde se encontra o corpo do monarca, sem que sua conservação seja prejudicada.
“Isso ainda está num estado inicial e há algumas considerações a serem tomadas, talvez a mais importante delas seja o estado de conservação do coração e saber se ele poderia ser transladado temporariamente para o Brasil”, explicando também que é algo que está dependente “de análise técnica”.
Ainda segundo o diplomata, “o lado português acolheu com muito boa vontade” a intenção manifestada pelo Brasil. Mas o “pedido oficial só será feito depois de se saber que realmente é possível” fazer a “viagem” do coração sem o danificar.
“Nenhum de nós gostaria que isso (danificar o coração do imperador) acontecesse”, frisou. Por isso, esta questão “está a sendo examinada com muito cuidado”. “Do lado brasileiro, entendemos a preocupação”, referiu.
Caso seja possível, George Prata adiantou que a ideia é que, “primeiro, o coração vá para Brasília”, apesar de o corpo do monarca se na cidade de São Paulo. Contudo, o embaixador não deu mais informações sobre o planejamento “porque se não for possível que o coração venha, isso poderá gerar alguma frustração”, concluiu.
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