O governo Bolsonaro recebeu destaque do jornalista inglês David Fickling em sua coluna na Bloomberg, uma das principais agências de notícias de economia do mundo. Com o título (traduzido) “Brasil aponta caminho para vencer a inflação – sim, você leu certo”, o jornalista afirmou que o país “nem sempre teve a política comercial mais aberta, mas vem afrouxando tarifas enquanto o resto do mundo restringe importações”. O texto foi publicado no portal nessa quarta-feira (8).
Flickling inicia sua coluna perguntando como tirar o mundo da “espiral da inflação”, lembrando da dificuldade ainda maior de se livrar do problema para um país como o Brasil, que, segundo ele, “tem uma moeda que vale menos de um trilionésimo de seu valor do início dos anos 1980”.
“Numa época em que a maior parte do mundo está amargando problemas nas cadeias de suprimento e o aumento dos preços da energia através da aplicação de tarifas de importação, o Brasil está se abrindo ao comércio”, diz o jornalista. Ele prossegue lembrando da política de desenvolvimento brasileira no período pós-guerra que “asfixiou as importações para incentivar a manufatura doméstica”. Segundo ele, “esse formato perdeu espaço para o modelo orientado à exportação seguido pelas economias dos tigres asiáticos e desde então foi abandonado. Ainda assim, as tarifas brasileiras em uma base ponderada pelo comércio continuam sendo as mais altas do G-20, depois da Argentina”.
Mas, como lembra Flicking, isso está mudando com o governo federal. “Com a inflação em 12,1%, o país está correndo para baixar o custo dos bens importados. Os impostos sobre cerca de 6.195 produtos seriam temporariamente reduzidos em 10%, conforme anunciou o governo no mês passado. A decisão seguiu uma rodada semelhante de cortes no fim do ano passado”.
A reportagem também lembra (o que a imprensa brasileira ignora) inúmeras reduções de impostos feitas pelo governo Bolsonaro: “Outras reduções mais dramáticas ocorreram em diversos itens essenciais de alto perfil. As tarifas sobre etanol, margarina, café, queijo, açúcar e óleo de soja foram totalmente eliminadas em março, seguidas em maio pelos cortes para frango, carne bovina, trigo, milho e produtos assados. O ácido sulfúrico, ingrediente essencial para a fabricação de fertilizantes, também teria a tarifa zerada”.
Dificuldades
O jornalista também chama a atenção para a dificuldade que é tomar tais medidas ao enfrentar interesses internos ao mesmo tempo em que os mais pobres encontram dificuldade para comprar alimentos por conta da inflação: “Cortar o custo de produtos agrícolas de outros países irritará os poderosos interesses do agronegócio. Enquanto isso, o poder de compra das famílias diminuiu drasticamente”.
Comparação
Ele também compara os caminhos diferentes adotados pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos: “É uma mudança bem-vinda para uma economia mundial que vem adotando uma política cada vez mais protecionista nos últimos anos. Observe os Estados Unidos. Quatro anos após o início da guerra comercial do presidente Donald Trump com a China, cerca de US$ 300 bilhões em importações – cerca de três quintos do total – continuam sob tarifas de até 25%. Pequim tem impostos de importação correspondentes sobre quase cada centavo do comércio de US$ 150 bilhões na direção inversa. O Marco Econômico Indo-Pacífico, peça central das tentativas do Presidente Joe Biden de revigorar as relações econômicas dos EUA na Ásia, tem um sabor igualmente protecionista”.
Além dos americanos, Reino Unido e China também são citados pelo jornalista como países que adotaram protecionismo, enquanto o Brasil se abre para o comércio exterior. Mas, diz Flicking, o próprio governo de Joe Biden cogita hoje passar a adotar o caminho tomado pelo time de Paulo Guedes desde o início. “Pode fazer sentido reduzir as tarifas sobre alguns produtos, e o governo Biden estava analisando a questão, disse a secretária de Comércio Gina Raimondo à CNN no domingo (5)”.
Análise
A coluna de David Flicking foi tema da análise de economia Pablo Spyer para seu quadro na TV Jovem Pan, nessa quarta-feira (8). Assista abaixo. E clique aqui para ver a coluna de David Flicking na Bloomberg.
O Presidente Bolsonaro agiu para reduzir preço do gás e combustíveis, para povo não pagar impostos.
Sua atitude foi destaque na Bloomberg, um dos veículos econômicos mais respeitados do mundo, como um ato de coragem e muita inteligência.
Confira mais, no vídeo de @PabloSpyer: pic.twitter.com/wKAvCv1t1j
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) June 8, 2022