Prefeito do Rio vai desapropriar casa do filme ‘Ainda Estou Aqui’

direitaonline



A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a desapropriação da residência no bairro da Urca que serviu de palco para as filmagens do filme ‘Ainda Estou Aqui’, premiado no Oscar de melhor filme internacional, conquistado no último domingo (2).

O imóvel será convertido na ‘Casa do Cinema Brasileiro’, conforme divulgado pelo prefeito Eduardo Paes em suas redes sociais nesta segunda-feira (3). A iniciativa, formalizada em uma edição especial do Diário Oficial, tem a justificativa de visa celebrar o sucesso da produção e fortalecer o turismo cultural na cidade.



O andar térreo da casa, construída em 1938, terá seu cenário principal recriado, enquanto os outros ambientes abrigarão a sede da RioFilme, empresa estatal municipal dedicada ao setor audiovisual.

 

O vice-prefeito Eduardo Cavaliere revelou que a ideia de comprar o imóvel já vinha sendo discutida há meses, mas a decisão foi acelerada pela vitória no Oscar.



“A gente já vinha pensando em adquirir a casa há alguns meses, mas estávamos aguardando pelo resultado do Oscar. A proposta é abrir o espaço ao público preservando os cenários das principais locações. E o espaço contará a história da participação do Brasil no Oscar. Vamos estudar se seria possível levar a estatueta para ser exibida na casa. Será mais um ponto turístico da cidade”, afirmou Cavaliere. Atualmente, a RioFilme opera em Laranjeiras, nas Casas Casadas, mas a presidência da entidade será transferida para a Urca, enquanto parte da estrutura permanece no endereço original.



Lucas Padilha, secretário municipal de Cultura, enxerga no projeto uma oportunidade única. “Não queremos transformar o local em um novo Museu da Imagem e do Som (MIS), mas em um espaço referência do Cinema Brasileiro. O valor cultural do espaço é inegável. E tem um grande potencial turístico. Fica em frente à murada da Urca e bem perto do Pão de Açúcar. Basta observar que muita gente visita a Disney e os estúdios da Universal, entre outros, para conhecer locações de produções. E aí ainda temos um diferencial. É uma casa e não o cenário de um castelo que foi construído, por exemplo, apenas para um filme”, destacou Padilha.



O anúncio da prefeitura, no entanto, veio acompanhado de uma polêmica imobiliária. Horas antes da publicação de Paes, o corretor Marcelo Dias, responsável pela venda da casa, elevou o preço do imóvel de R$ 13,9 milhões para R$ 25 milhões, justificando o aumento pelo sucesso do filme e pela premiação.

“O valor será definido em discussões entre a prefeitura e os atuais proprietários”, esclareceu Padilha. Na noite da cerimônia do Oscar, cerca de 25 pessoas, incluindo os donos do imóvel, se reuniram na residência para assistir à premiação, a maioria ligada ao audiovisual e ao teatro.



Eduardo Barata, presidente da Associação dos Produtores Teatrais do Rio, intermediou o contato com os proprietários, que optaram por não comentar a decisão municipal. “A prefeitura manifestou uma intenção. Agora isso será conversado com os donos para buscar uma solução que atenda a todos. O fato é que a casa que inicialmente era uma personagem do filme a partir do Oscar se tornou um personagem da história não só da cidade, mas como do Estado e do país”, pontuou Barata.



Com 480 m², o imóvel foi adaptado para retratar a casa da família Paiva nos anos 1970, embora a residência original, no Leblon, tenha dado lugar a um edifício. Após as filmagens, a propriedade passou por reformas, mas agora ganhará nova vida como símbolo do cinema nacional. (Foto: reprodução TV globo; Fontes: EBC; O Globo)

Gostou? Compartilhe!