A Maratona de Boston, uma das mais emblemáticas corridas do planeta, reuniu mais de 30 mil participantes nesta segunda-feira (21). Entre os corredores estava o engenheiro Pedro Arieta, de 34 anos, natural de Niterói, que disputava a prova pela primeira vez e havia traçado como objetivo completar os 42,2 km em 2h40.
No entanto, a poucos metros da linha de chegada, Arieta viveu um momento que superou qualquer conquista esportiva. A cerca de 200 metros do fim, ele notou que outro corredor passava mal e estava curvado à sua frente. Sem hesitar, decidiu parar para ajudá-lo.
“Naquele momento, a vida passava na memória: o treinamento até ali, a corrida e aí vi o rapaz abaixado. Não tem muito o que pensar. Tentei levantá-lo com a força do braço e não consegui. Pedi para ele olhar para a chegada e disse que iríamos seguir juntos. E assim foi”, relatou Pedro, emocionado ao relembrar o episódio que considerou o mais marcante da maratona.
A atitude solidária foi registrada em vídeo e rapidamente viralizou nas redes sociais e em veículos de imprensa ao redor do mundo.
“Na hora, você não pensa, né? Quando eu o vi caído, eu parei. Na hora, me pareceu uma coisa normal eu fazer. Depois que viraliza, a gente percebe que o simples faz a diferença. Na hora, me pareceu o óbvio a fazer. Não tinha como passar por ele e sem fazer nada”, disse Pedro, reforçando que agiu por instinto.
Após cruzarem a linha de chegada juntos, Pedro e o atleta americano Sean buscaram auxílio médico. Com o atendimento feito, a família do corredor norte-americano expressou sua gratidão a Pedro, que só pensava em dividir a experiência com sua esposa, a corredora Luíza Cravo – brasileira com a melhor colocação na prova.
De volta ao Brasil na quarta-feira (23), após dez dias no exterior, Pedro reencontrou o filho de 3 anos em Niterói. Com a emoção ainda latente, concluiu:
“No futuro, quando a gente falar desta Maratona de Boston, vou falar deste momento. Essa situação ficou para sempre. É por isso que o esporte vale a pena”.
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