Barroso derruba decisão de Nunes Marques sobre terras indígenas no Pará

direitaonline



O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, reverteu uma decisão do ministro Nunes Marques, também do Supremo, e determinou o prosseguimento da retirada de “colonos” da Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingú, no Pará.

No começo do mês, Barroso havia atendido a uma ação apresentada pela ‘Articulação dos Povos Indígenas (Apib) durante a pandemia a respeito das terras Yanomami, Karipuna, Uru-Eu-Wau-Wau, Kayapó, Arariboia, Mundurucu e Trincheira Bacajá.

Barroso determinou, então, que o governo apresente em até 60 dias um plano “efetivo” para a retirada de “invasores” (como são chamados pelo STF) de sete terras indígenas.

Nunes Marques, porém, havia derrubado a decisão de Barroso, em especial do uso da força pela polícia, a pedido de duas associações de produtores rurais da região. O ministro escreveu que deveria ser assegurado aos “colonos” o “livre trânsito” na área. A decisão foi assinada na terça-feira (28).

Ontem (29), o governo Lula chegou a publicar uma nota nas redes sociais dizendo que não cumpriria a decisão e que recorreria ao presidente do Supremo Tribunal Federal, mas depois apagou o conteúdo.

Alertado pela Advocacia-Geral da União (AGU), Barroso, então, proferiu nova decisão, assinada ontem (29), na qual determina que a União prossiga com as operações previstas no plano de ‘desintrusão’ da TI Apyterewa.

“Naturalmente, o efeito suspensivo deferido no recurso alcança apenas os efeitos do acórdão recorrido e em nada interfere com a decisão proferida por este relator nos autos da presente ação. O Plano de Desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá que atualmente se encontra em fase de execução foi elaborado por determinação deste relator e devidamente homologado nos autos da Pet nº 9.585 e, por evidente, não está sujeito a decisão revisional de outro ministro”, escreveu Barroso.

O presidente do STF é relator de uma ação aberta pela Associação do Povos Indígenas do Brasil (Apib) e foi responsável por determinar a elaboração e dar o aval para a execução do Plano de Desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá.

Um vídeo publicado no Tik Tok do deputado estadual do Pará Rogério Barra (PL-PA) mostra a situação dos colonos da região, com derrubadas das casas e a saída das famílias humildes do local. Segundo o parlamentar, até um cidadão que passou mal não pôde ser socorrido porque a ambulância está impedida de entrar. Clique AQUI para assistir a situação do local atualmente e AQUI para ver o relato do deputado sobre a região (quando a decisão de Nunes Marques havia sido publicada).


APOIO!
Pix: Você pode nos ajudar fazendo um PIX ? Precisamos de sua ajuda!
Nossa chave de acesso é direitaonlineoficial@gmail.com | Banco Santander


Fonte: Agência Brasil; Terra; STF
Foto: Funai (via TCU)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Suspeito de participação na morte de fã de Taylor Swift é preso em novo em assalto

Alan Ananias Cavalcante, de 26 anos, suspeito de participação na morte do fã da cantora Taylor Swift, Gabriel Mongenot Santana Milhomem, foi detido pela quarta vez em menos de um mês, segundo informações da Polícia do Rio de Janeiro. Ele já foi conduzido duas vezes em apenas um dia para […]