O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou nesta quarta-feira (25) um aumento na proporção de combustíveis renováveis misturados aos combustíveis fósseis no Brasil.
A mudança, que passa a valer a partir de 1º de agosto, eleva de 27% para 30% a quantidade de etanol anidro na gasolina comum. No caso do diesel, a presença de biodiesel será ampliada de 14% para 15%.
A deliberação foi tomada em uma reunião extraordinária do CNPE, presidida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e contou com a participação de representantes de 16 ministérios, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que esteve presente.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a nova composição da gasolina, chamada de E30, teve sua viabilidade técnica confirmada por um estudo realizado pelo Instituto Mauá de Tecnologia, localizado em São Caetano do Sul (SP). A pesquisa avaliou o desempenho de 16 carros e 13 motos com a nova mistura.
Em alguns modelos – não especificados pelo governo –, foram registradas pequenas alterações no desempenho, consideradas pouco relevantes.
Vale destacar que a gasolina premium não sofrerá alterações: a concentração de etanol anidro nesse tipo de combustível continuará em 25%.
Já o diesel com 15% de biodiesel, denominado B15, deveria ter começado a circular no início do ano. No entanto, a implementação foi adiada em fevereiro pelo próprio CNPE, após denúncias de possíveis fraudes e temores de impacto inflacionário nos alimentos, devido ao uso de óleo de soja como principal insumo do biodiesel.
Após o encontro, o governo promoveu um evento para anunciar oficialmente as mudanças, com a presença de representantes da cadeia produtiva. Em seu discurso, o presidente Lula fez referência a uma conversa com o ex-líder cubano Fidel Castro, ao defender o uso de grãos para produção de combustíveis.
“Uma vez tive uma discussão com uma pessoa que eu mais admirava, que era o Fidel Castro. Ele era contra a gente transformar soja em óleo [diesel], sobretudo pela falta de alimento. Se fosse analisar a situação, o tamanho e a capacidade produtiva do país dele, ele tinha razão. Mas eu tinha que pensar no tamanho do meu país, na quantidade de terra do meu país e na capacidade tecnológica do meu país”, afirmou Lula.