William Waack sobre sanções americanas a Ministros: ‘é melhor se preparar para o impacto’

direitaonline

As recentes sanções anunciadas pelo governo dos Estados Unidos contra agentes estrangeiros acusados de censurar cidadãos americanos não são um fenômeno isolado nem uma reação limitada a nomes como o do ministro Alexandre de Moraes. É o que aponta o jornalista William Waack em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo Waack, embora o nome de Moraes tenha dominado o noticiário brasileiro nesse contexto, ele “não está no centro delas”, referindo-se às medidas adotadas por Washington. De acordo com o colunista, o processo é bem mais amplo e tem raízes anteriores ao ex-presidente Donald Trump — ainda que tenha se intensificado com ele.

“Há dois componentes que sustentam essa política, e o que se acentuou com Trump foi o ideológico”, afirma Waack. Ele lembra que a estratégia americana de usar meios financeiros para atingir adversários começou ainda no governo Obama, dentro de um conjunto de instrumentos que ele chama de “defesa de interesses nacionais”.

O jornalista destaca que, ao longo dos últimos governos, os Estados Unidos têm explorado sua posição central no mundo digital e financeiro para impor sanções e monitorar informações. Conforme descreve, foi construído um verdadeiro “império subterrâneo” — referência a um livro que aborda a influência oculta dos EUA —, estruturado a partir do domínio dos principais hubs da internet e do sistema financeiro internacional.

A origem dessa estrutura, segundo Waack, remonta ao combate às redes de financiamento após o ’11 de setembro’ de 2001, mas ganhou amplitude, passando a atingir países como Rússia, Irã e China.

O articulista também ressalta o componente ideológico por trás da atual política externa americana. “Para se entender melhor o componente ideológico é necessário ler com atenção o discurso que o vice-presidente americano pronunciou em Munique no começo do ano”, escreve.

Na visão do atual governo dos EUA, continua ele, “as elites tecnocráticas e ‘globalistas’ que tomaram o controle das democracias liberais, especialmente na Europa, passaram a perseguir e censurar grupos políticos contrários”.

Nesse cenário, afirma o jornalista, o ministro Alexandre de Moraes, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o inquérito das fake news se encaixam perfeitamente na lógica ideológica e estratégica do governo americano atual. “Temos uma tempestade perfeita”, resume Waack, ao mencionar o cruzamento entre ideologia, interesses comerciais e a eterna disputa entre big techs e órgãos reguladores, sobretudo na União Europeia.

No caso específico envolvendo o deputado Eduardo Bolsonaro, Waack observa que a resposta brasileira passou pelas instituições formais, mas ressalta que a dimensão política da crise tem se mostrado imprevisível diante do comportamento do ex-presidente Trump.

“Não há uma saída estritamente ‘jurídica’ para tudo o que está envolvido, e o que seria uma saída ‘política’ tornou-se imprevisível dado ao que se conhece do modus operandi de Donald Trump”, avalia.

A conclusão de William Waack é clara e direta: “É melhor se preparar para o impacto”. E mais: Americana que teve morte clínica por 11 minutos revela que viu Céu e o inferno. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Estadão)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Geraldo Alckmin é internado em Brasília após passar mal

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, de 72 anos, foi hospitalizado nesta quinta-feira (29) em Brasília após apresentar um quadro de desconforto abdominal e náuseas. Segundo nota oficial divulgada pelo Palácio do Planalto, Alckmin procurou atendimento médico no hospital Sírio-Libanês durante a […]