Conglomerado avalia venda da Maserati, marca de carro de luxo na Itália

direitaonline

A Stellantis está considerando a possível venda da Maserati, sua única marca de luxo, como parte de uma reestruturação mais ampla que visa revisar o desempenho e a viabilidade de suas 14 marcas globais.

A informação foi revelada por duas fontes ligadas ao assunto à agência Reuters, que destacam que a análise está sendo conduzida com apoio da consultoria McKinsey, ainda em fase inicial.

As discussões sobre o destino da Maserati começaram antes mesmo da nomeação de Antonio Filosa como novo CEO da Stellantis, que assume oficialmente na próxima segunda-feira (23).

Durante o período de transição, a empresa esteve sob comando do presidente do conselho, John Elkann, que conduziu entrevistas com candidatos ao cargo e teria apontado como prioridade a revisão estratégica das marcas, entre elas Peugeot, Jeep, Chrysler e Alfa Romeo.

Apesar das especulações, a Stellantis negou qualquer intenção de venda. “Respeitosamente, a Maserati não está à venda”, afirmou um porta-voz da companhia. A McKinsey, por sua vez, não comentou o assunto.

Os números recentes, no entanto, pressionam a montadora a buscar alternativas. Em 2024, as vendas da Maserati despencaram, atingindo apenas 11,3 mil unidades. No mesmo período, a divisão registrou um prejuízo operacional ajustado de 260 milhões de euros.

Além disso, não há previsão de lançamento de novos modelos no curto prazo, já que o último plano de negócios da marca foi suspenso no ano passado. Outro ponto de impacto sobre a marca são as tarifas de Trump ao bloco econômico europeu.

A possível venda da Maserati pode atrair interesse de fabricantes asiáticos que buscam consolidar presença na Europa.

O exemplo mais citado é o da chinesa Chery, que, assim como outras montadoras da Ásia, enfrenta dificuldades para conquistar reconhecimento no mercado europeu. Aquisições semelhantes já aconteceram no passado, como a compra da britânica MG pela SAIC em 2007 e a da Volvo pela Geely em 2010.

Desde a saída do ex-CEO Carlos Tavares, que resistia a mudanças no portfólio, analistas e investidores vêm pressionando por uma estrutura mais enxuta e eficiente.

Para eles, reduzir o número de marcas pode ser um caminho para elevar as margens e fortalecer o posicionamento da Stellantis no competitivo cenário automotivo global, marcado por tarifas elevadas nos Estados Unidos e forte concorrência das empresas chinesas.

A marca
A Maserati foi fundada em 1º de dezembro de 1914 por Alfieri Maserati, com o propósito inicial de desenvolver automóveis e, principalmente, motores de alto desempenho, além de produzir velas de ignição.

O icônico logotipo da marca, que ainda identifica seus veículos, foi criado por Mario Maserati, o único dos quatro irmãos com formação artística. Ele se inspirou na estátua de Netuno, esculpida por Giambologna e localizada em uma das praças mais emblemáticas de Bolonha.

Na década de 1920, a Maserati estreou no universo das corridas automobilísticas com o lançamento de seu primeiro carro de competição, o Tipo 26. (Foto: PixaBay; Fonte: Valor)

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