Tarifa de Trump sobre o Brasil por denúncias de violações repercute no exterior

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A decisão de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos a partir de 1º de agosto ganhou repercussão na imprensa norte-americana.

O caso estourou nas páginas de veículos como The New York Times, CNN, Washington Post, Bloomberg, CNBC e Forbes, que destacaram não apenas o impacto econômico da medida, mas também o caráter político do gesto, interpretado como uma forma de pressão direta contra o processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a Forbes USA, Trump justificou a nova alíquota com base no julgamento de Bolsonaro, a quem chamou de “desgraça internacional” e vítima de uma “caça às bruxas”. A revista norte-americana descreveu a tarifa como a mais alta anunciada pelo republicano desde que iniciou a divulgação de suas novas políticas comerciais em cartas abertas nas redes sociais.

Já o The New York Times adotou tom mais crítico contra Trump e classificou a iniciativa como uma tentativa sem precedentes de influenciar um processo judicial estrangeiro por meio de medidas econômicas. “A tentativa do Sr. Trump de usar tarifas para intervir em um julgamento criminal em um país estrangeiro é um exemplo extraordinário de como ele vê as tarifas como um porrete que serve para tudo”, destacou o jornal.

Ainda de acordo com o NYT, Trump alegou na carta que a medida seria necessária para “nivelar o campo de jogo” com o Brasil e “corrigir injustiças do atual regime”.

O texto também rejeita uma das alegações centrais do presidente americano: a de que os EUA têm um déficit comercial com o Brasil.

A CNBC observou que a carta enviada a Lula se destacou entre as outras divulgadas por Trump na semana, por associar abertamente uma tarifa comercial a denúncias de violações de liberdade de expressão e pelo julgamento de Bolsonaro.

“Mas a carta a Lula vai além das demais, impondo uma nova alíquota de imposto de importação dos EUA explicitamente como punição para um país que se envolve em questões políticas e jurídicas internas que desagradam a Trump”, relatou o site.

A CNN também repercutiu o caso e comparou o conteúdo da carta enviada ao Brasil com outras 21 que Trump distribuiu a líderes mundiais. Segundo a emissora, diferentemente dos demais países, o Brasil já estava sujeito a tarifas mínimas de 10%, e não havia previsão de reciprocidade em abril.

Apesar de criticar o julgamento de Bolsonaro, Trump teria sinalizado que não aplicaria as novas tarifas caso empresas brasileiras optassem por transferir sua produção para os Estados Unidos.

“Não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas do seu país, decidirem fabricar ou fabricar produtos nos Estados Unidos”, escreveu ele, numa estratégia que a CNN classificou como idêntica à usada em outras cartas recentes.

A agência de notícias internacional Reuters também noticiou. “O presidente dos EUA, Donald Trump, lançou seu ataque tarifário global a todo vapor na quarta-feira, anunciando uma nova tarifa de 50% sobre as importações de cobre dos EUA e um imposto de 50% sobre produtos do Brasil, ambos com início em 1º de agosto.”

O veículo também explicou que as tarifas também têm relação com denúncias de violações à liberdade de expressão e o julgamento de Bolsonaro.

“A ordem tarifária de Trump para o Brasil veio em uma carta ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que expressou a raiva sobre o que ele chamou de julgamento de “Caça às Bruxas” do antecessor de direita de Lula, Jair Bolsonaro, e aumentou uma disputa pública cada vez mais acirrada com Lula.

Trump também criticou o que disse serem ataques do Brasil às eleições livres, à liberdade de expressão dos americanos e às “ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS às plataformas de mídia social dos EUA”.

Ele ordenou que o escritório do Representante Comercial dos EUA iniciasse uma nova investigação de práticas comerciais desleais, nos termos da “Seção 301”, que poderia adicionar ainda mais tarifas, citando “os ataques contínuos do Brasil às atividades de comércio digital de empresas americanas”.” (Foto: reprodução; Fonte: Forbes)

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