A Suíça proibirá o uso de carros elétricos para viagens ‘não essenciais’ se o país ficar sem energia neste inverno, anunciou o governo suíço nessa sexta-feira (2). As informações são do portal do jornal inglês Daily Mail. A medida se dá por conta das restrições de exportação de gás da Rússia para toda a Europa.
Os planos de emergência elaborados no caso de os suíços serem atingidos por apagões também preveem que o horário de funcionamento das lojas seja reduzido em até duas horas por dia, sistemas de aquecimento em boates sejam desligados e outros edifícios sejam aquecidos a não mais de 20°C .
As medidas de crise podem proibir serviços de streaming (como Netflix e Amazon Prime) e consoles de jogos, desligar as luzes de Natal e fechar todos os estádios esportivos e instalações de lazer.
A Suíça teme uma escassez de energia nos próximos meses porque é altamente dependente das importações para o inverno. O país obtém cerca de 60% de sua energia de usinas hidrelétricas, como represas em rios ou geradores colocados entre lagos.
Cerca de um terço de sua energia vem da energia nuclear , que o governo se comprometeu a eliminar gradualmente, e o restante vem de uma mistura de usinas tradicionais de combustíveis fósseis e geração solar ou eólica.
De forma geral, a Suíça produz eletricidade suficiente a cada ano para manter as luzes acesas, mas esse dado esconde as diferenças mês a mês. Como a energia hidrelétrica do país depende da chuva e do derretimento da neve para abastecer os rios e reservatórios, ela aumenta naturalmente durante a primavera e o verão, mas diminui no outono e no inverno.
Isso significa que os suíços exportam grandes quantidades de energia para as nações vizinhas durante os meses mais quentes e úmidos e importam nos meses mais frios.
Por outro lado, a escassez de energia na Europa causada pela guerra de Putin na Ucrânia afetará o país, embora o país em si não use o gás russo diretamente. Acontece que a Alemanha é o maior exportador de energia da Suíça no inverno e o país alemão, sim, depende enormemente dos suprimentos russos. A França está em segundo lugar e atualmente já está enfrenta problemas com seus reatores nucleares.
A Suíça também está gerando menos energia do que o normal em suas usinas hidrelétricas porque o verão excepcionalmente seco na Europa fez com que lagos e rios baixassem.
O plano de emergência do país está dividido em duas categorias – emergência e crise – com três graus de restrição na primeira, e quatro na segunda. Ele foi projetado para operar como os bloqueios da Covid, com cada estágio acionado dependendo da quantidade de energia disponível.
Sob as medidas de emergência ‘menos extremas’, as pessoas serão solicitadas a limitar suas máquinas de lavar a um máximo de 40°C com edifícios públicos aquecidos a não mais de 20°C, a menos que sejam um hospital ou casa de repouso.
Isso diminuirá para 19°C no próximo nível de restrição, com os serviços de streaming forçados a limitar a resolução de seus vídeos ao padrão em vez de HD.
No próximo nível de medidas de emergência, as lojas serão solicitadas a reduzir o horário de funcionamento em até duas horas por dia, com veículos elétricos limitados apenas a viagens essenciais. Isso significa transporte profissional, fazer compras de alimentos, ir ao médico, comparecer a eventos religiosos e comparecer a audiências judiciais.
Sob medidas de ‘ forte crise’, a água quente será cortada nos banheiros públicos, o ar condicionado em residências particulares será barrado, assim como o uso de sopradores elétricos de folhas.
Subindo na escala, as luzes de Natal ao ar livre serão apagadas, as escadas rolantes serão interrompidas e as máquinas de gelo comerciais terão que desligar.
Em seguida, as piscinas terão que fechar, os estádios esportivos não poderão ser iluminados, a iluminação das casas noturnas será desligada e a mineração de criptomoedas será barrada.
Sob as medidas mais extremas, todas as empresas de lazer terão que fechar e todas as partidas esportivas serão proibidas, assim como shows, teatro e ópera.
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