A jornalista Andréia Sadi, do G1 e da GloboNews, revelou que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consideram a possível indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a Comissão de Relações Exteriores da Câmara como uma “crise anunciada”.
Segundo a reportagem, integrantes da Corte temem que o parlamentar utilize o cargo para intensificar discursos radicais e tensionar o ambiente político em um momento pré-eleitoral.
De acordo com Andréia Sadi, os ministros acreditam que Eduardo Bolsonaro poderá se valer da presidência da comissão para fortalecer denunciar perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), especialmente diante da provável aceitação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta ‘tentativa de golpe de Estado’.
“A avaliação de magistrados é que o parlamentar pode usar o cargo para radicalização dos discursos e tensionar relações”, informou a jornalista.
Outro ponto levantado por ministros é o risco de Eduardo Bolsonaro fazer declarações no exterior que possam gerar novas complicações jurídicas. Atualmente, ele é alvo de uma notícia-crime no STF por supostos crimes contra a ‘soberania nacional’ ao articular reações contra o Judiciário brasileiro em eventos internacionais. Segundo Andréia Sadi, se o deputado “falar bobagem no exterior sobre o assunto, ele pode ser alvo no STF e piorar a situação”.
A reportagem também destaca que ministros do STF fazem um paralelo entre a possível nomeação de Eduardo e a de Anderson Torres para a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
“Na época, o governador Ibaneis Rocha minimizou preocupações, mas Torres estava em viagem à Disney enquanto golpistas invadiam a Praça dos Três Poderes”, justificou a jornalista.
A movimentação do PL para indicar Eduardo Bolsonaro à Comissão de Relações Exteriores é vista por ministros como parte de uma estratégia para pressionar o governo Lula e Alexandre de Moraes. Conforme a reportagem, “o PL tem como estratégia usar essa comissão como palanque para fustigar Moraes e o governo”.
Outro fator que acirra os ânimos é o pedido do PT para que o STF apreenda o passaporte de Eduardo Bolsonaro, sob a alegação de que ele estaria atentando contra a ‘soberania nacional’. Segundo Andréia Sadi, “para fontes dentro do partido, esses acordos assinados entre Brasil e China são do interesse do governo Lula. Como eles passam pela Comissão de Relações Exteriores, o governo não quer Eduardo Bolsonaro na presidência”.
O PT, por sua vez, já sinalizou que não aceitará a nomeação do deputado sem que haja uma decisão sobre o passaporte. O líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias, reforçou a oposição ao nome de Eduardo: “Aceitamos qualquer nome, menos o dele. O dele só se for sem passaporte”, afirmou.
A decisão do PL sobre a indicação deve ser oficializada até a próxima quinta-feira (13), conforme destacou Andréia Sadi. O partido também busca garantir a presidência de outras comissões estratégicas, como a de Saúde e a de Constituição e Justiça (CCJ), o que pode gerar novos desdobramentos na disputa política dentro da Câmara. E mais: Lula desafia Trump e diz que ‘não tem medo de cara feira’. Clique AQUI para ver. (Foto: STF; Fonte: Andreia Sadi)