20 anos depois, Senado dos EUA revoga aprovação da Guerra do Iraque

direitaonline



O Senado dos Estados Unidos votou nesta quarta-feira (29) para revogar a resolução que deu sinal verde para a invasão do Iraque em 2003, no que é chamado de um ‘esforço bipartidário’ para devolver um poder de guerra básico ao Congresso 20 anos após a autorização militar.

O conflito resultou em milhares de mortes iraquianas e também de quase 5.000 soldados americanos depois que o governo do presidente George W. Bush alegou que Saddam Hussein estava armazenando ‘armas de destruição’ em massa.

Foram 66 votos pela revogação e 30 contrários pela revogação, placar que também derrubou a autorização de 1991 que sancionou a Guerra do Golfo liderada pelos EUA. Entretanto, mesmo se aprovada pela Câmara, não se espera que a revogação afete quaisquer implantações militares atuais.

“Os legisladores de ambos os partidos estão cada vez mais buscando recuperar os poderes do Congresso que deram à Casa Branca sobre ataques e desdobramentos militares dos EUA, e alguns legisladores que votaram a favor da Guerra do Iraque duas décadas atrás agora dizem que isso foi um erro.”, explica a agência de notícias de Associated Press.

É a primeira vez em mais de 50 anos que o Congresso revogaria um voto de poderes de guerra, desde que a resolução do Golfo de Tonkin que autorizava a força militar no Vietnã foi revogada no início dos anos 1970.

Apoiadores, incluindo 18 senadores republicanos, dizem que a revogação é crucial para evitar ‘abusos futuros’ e para reforçar que o Iraque é agora um parceiro estratégico dos Estados Unidos. Já os opositores dizem que a revogação pode projetar fraqueza, já que os EUA ainda enfrentam conflitos no Oriente Médio.

“Nossos inimigos terroristas não estão encerrando sua guerra contra nós”, disse o líder republicano do Senado, Mitch McConnell. “Quando posicionamos nossos militares em perigo, precisamos fornecer a eles todo o suporte e autoridades legais que pudermos.”.

Outros senadores republicanos que se opõem à revogação também levantaram preocupações sobre os recentes ataques contra as tropas americanas na Síria. Uma ofensiva de drone na semana passada matou um empreiteiro americano e feriu cinco soldados e outro empreiteiro. Acredita-se que militantes apoiados pelo Irã sejam os responsáveis pelos ataques.

Ainda de acordo com a Associated Press, “o futuro da revogação é menos certo na Câmara, onde 49 republicanos se juntaram aos democratas para apoiar um projeto de lei semelhante há dois anos.”, mas que ainda não teve êxito.

Os votos de outubro de 2002 para dar a Bush plena autoridade para a invasão do Iraque foram um momento decisivo para muitos membros do Congresso, enquanto o país debatia se um ataque militar era justificado. Os EUA já estavam em guerra no Afeganistão, país que hospedou os organizadores da Al Qaeda responsáveis pelos ataques de 11 de setembro de 2001.

A administração Bush havia angariado apoio entre os membros do Congresso, e a opinião pública à época era favorável à invasão ao Iraque. Assista abaixo à declaração legendada de guerra ao Iraque feita, em 2003, pelo ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush.


Fonte: Associated Press
Foto: reprodução vídeo

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Em fevereiro, Brasil cria 26,4% menos empregos do que um ano atrás

Em fevereiro, o saldo de emprego formal no país, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), foi de 241.785 postos de trabalho, resultante de 1.949.844 admissões e 1.708.059 desligamentos no mês. Do total de postos de trabalho gerados, 164.443 podem ser considerados típicos e 77.342 não […]