O líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), decidiu retirar da pauta o Projeto de Lei que propõe mudanças no sistema de eleição para o Senado. A medida será analisada em conjunto com a reforma do Código Eleitoral, prevista para 2025.
A proposta prevê que, nas eleições em que duas cadeiras estiverem em disputa em cada estado, o eleitor só possa votar em um único candidato, sendo eleitos os dois mais bem votados.
Caso aprovada, a regra passará a valer nas eleições de 2026, quando 54 das 81 cadeiras do Senado estarão em jogo. Randolfe defende o modelo do voto uninominal como uma forma de corrigir o que chama de “jabuticaba brasileira”.
Ele argumenta que a mudança ajusta o sistema eleitoral ao princípio de que os candidatos mais votados sejam os escolhidos.
“A adoção do voto binominal é uma jabuticaba brasileira. A ideia é corrigir essa distorção e retornar ao princípio original, previsto na Constituição de 1891, onde os dois mais votados são eleitos”, explicou Randolfe.
O projeto, apresentado no início de dezembro, será apensado à reforma do Código Eleitoral, atualmente em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sob a relatoria do senador Marcelo Castro (MDB-PI).
A decisão de Randolfe gerou críticas da oposição. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para atacar a proposta, afirmando que ela demonstra receio de derrota por parte da esquerda.
“Prevendo mais um fracasso em 2026, a esquerda trabalha para limitar o eleitor a um único voto no Senado e aliar-se a candidatos que evitariam posições claras durante seus mandatos”, escreveu Bolsonaro em sua conta no X (antigo Twitter).
Com o tema transferido para o próximo ano, a reforma do Código Eleitoral e as possíveis mudanças nas regras do Senado prometem debates acalorados entre governistas e oposicionistas. E mais: Justiça dá 48 horas para prefeito de São Paulo explicar aumento da passagem de ônibus. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Senado; Fonte: Poder360; CNN)
