Putin vence eleições na Rússia com 87% dos votos

direitaonline



O presidente Vladimir Putin obteve uma vitória esmagadora recorde na era ‘pós-soviética’ nas eleições russas que terminaram domingo (17), consolidando seu já forte controle do poder em uma vitória que, segundo ele, mostrou que Moscou estava certa em enfrentar o Ocidente e enviar seus tropas para a Ucrânia.

Putin soma até agora 87,30% dos votos nas eleições presidenciais russas, segundo dados da Comissão Eleitoral Central após processar 99,94% dos protocolos.

Nikolai Kharitonov teve 4,32% dos votos, Vladislav Davankov recebeu 3,83%, Leonid Slutsky – 3,20%. A participação geral, segundo a CEC, foi de 77,44%.

Mais de oito milhões de eleitores aproveitaram o voto electrônico remoto e outros 2,6 milhões votaram antecipadamente. Nas regiões anexadas da Ucrânia, Putin somou entre 88% a 95% por cento dos eleitores.

A chefe da Comissão Eleitoral Central russa, Ella Pamfilova, disse que os resultados oficiais das eleições serão anunciados na quinta-feira (21). Ela enfatizou que a CEC ainda não recebeu uma única reclamação que precisasse ser considerada numa reunião da comissão.

Além disso, segundo Pamfilova, não há casos de invalidação de resultado de votação em nenhuma PEC .
Putin, um antigo tenente-coronel do KGB que subiu ao poder pela primeira vez em 1999, deixou claro que o resultado envia uma mensagem ao Ocidente de que os seus líderes terão de contar com uma Rússia ‘encorajada’, seja na guerra ou na paz, durante muito mais anos.

O resultado significa que Putin, de 71 anos, deverá embarcar em um novo mandato de seis anos que o levará a ultrapassar Josef Stalin e se tornar o líder mais antigo da Rússia em mais de 200 anos, se o completar. Os 87,3% dos votos é o resultado mais alto de todos os tempos na história pós-soviética da Rússia.

O candidato comunista Nikolai Kharitonov terminou em segundo lugar, com pouco menos de 4%, o recém-chegado Vladislav Davankov em terceiro e o ultranacionalista Leonid Slutsky em quarto, sugeriram resultados parciais.
Putin disse aos seus apoiantes num discurso de vitória em Moscovo que iria dar prioridade à resolução de tarefas associadas ao que chamou de “operação militar especial” da Rússia na Ucrânia e que fortaleceria os militares russos.

“Temos muitas tarefas pela frente. Mas quando estivermos consolidados – não importa quem queira nos intimidar, reprimir-nos – ninguém jamais teve sucesso na história, não teve sucesso agora e nunca terá sucesso no futuro”, disse Putin.

 

Lamentos e parabéns
Os governos ocidentais fizeram fila nesta segunda-feira (18) para condenar a vitória eleitoral esmagadora de Vladimir Putin como injusta e antidemocrática, mas a China e a Coreia do Norte parabenizaram o veterano líder russo por estender seu governo por mais seis anos.

As reações contrastantes sublinharam as divisões geopolíticas que se agravaram desde que a Rússia lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia há dois anos, desencadeando a crise mais profunda nas relações com o Ocidente desde o fim da Guerra Fria.

“O processo eleitoral na Rússia ocorreu em meio a uma repressão crescente contra a sociedade civil e todas as formas de oposição ao regime, com restrições ainda mais duras à liberdade de expressão e à proibição da mídia independente”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da França.

O ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron, disse que o resultado das eleições destacou a “profundidade da repressão” na Rússia. “Putin remove os seus oponentes políticos, controla os meios de comunicação e depois proclama-se vencedor. Isto não é democracia”, disse Cameron.

“A eleição da Rússia foi uma eleição sem escolha”, disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, no início da reunião, acrescentando: “Hoje, abriremos o caminho para sanções à luz da morte de Alexei Navalny”.

A França, a Grã-Bretanha e outros condenaram o facto de a Rússia também ter realizado as suas eleições em regiões ocupadas da Ucrânia que afirma ter anexado durante a guerra.

Esta decisão constitui “uma nova violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas”, afirmou a França, reiterando a sua recusa em reconhecer as anexações russas e o seu compromisso com “a soberania… e a integridade territorial da Ucrânia”.

Um porta-voz da Casa Branca disse no domingo que a eleição da Rússia “obviamente não foi livre nem justa”. O presidente Joe Biden ainda não comentou.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que a eleição da Rússia não tinha legitimidade. “É claro para todos no mundo que esta figura (Putin)… está simplesmente doente de poder e está fazendo de tudo para governar para sempre”, disse Zelenskiy.

Em nítido contraste, o presidente chinês, Xi Jinping , felicitou Putin e disse que Pequim manteria uma comunicação estreita com Moscovo para promover a parceria “sem limites” acordada em 2022, pouco antes de a Rússia invadir a Ucrânia.

“Acredito que sob a sua liderança, a Rússia certamente será capaz de alcançar maiores conquistas no desenvolvimento e construção nacional”, disse Xi a Putin na sua mensagem, segundo a Xinhua News.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, também enviou uma carta de felicitações a Putin, informou a agência de notícias estatal KCNA .

Espera-se que os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, reunidos em Bruxelas, aprovem na segunda-feira sanções económicas contra várias pessoas vistas como envolvidas nos maus-tratos e na morte do crítico do Kremlin, Alexei Navalny, numa colónia penal no Ártico. E mais: Braskem é condenada a pagar plano de saúde a empregado aposentado com leucemia. Clique AQUI para ver. (Foto: RIA; Fontes: RIA; Reuters)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Nunes Marques arquiva pedido de investigação contra Zema e Nikolas Ferreira

O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou um pedido de investigação protocolado contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Após o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, a ex-presidente do diretório estadual do PSOL no […]