Putin critica proposta de Milei de dolarizar Argentina: “não pode emitir moeda”

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, concedeu nesta quinta-feira (14) a primeira entrevista coletiva desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Entre assuntos internos e guerra na Ucrânia, o russo arrumou um espaço para criticar a proposta de Javier Milei, recém-empossado presidente da Argentina, de ‘dolarizar’ a economia do país sul-americano.

Putin elencou o motivo pelo qual ele não acha a ideia atraente. O russo diz que isso se trata de ‘perda de soberania’, mas o pensamento de Putin vai muito além de uma visão ‘nacionalista’ de cada nação ter sua moeda.
Na verdade, Putin classifica como ‘perda de soberania’ a impossibilidade que Milei terá para controlar a emissão de moeda, que é uma questão muito mais complexa.

A resposta está no que Putin enxerga como um ‘mecanismo’ de literalmente imprimir dinheiro no caso de precisar cumprir obrigações com a população (como segurança, obras, assistencialismo) e não ter caixa para isso. No vídeo, ele mesmo assume que a prática não é boa, mas, para ele, é uma questão de ‘soberania’ poder realizar o procedimento.

Acontece que países que começam a imprimir moeda para obter, ‘sem lastro’, dinheiro para pagar as contas só gera uma coisa: a mesma inflação que a Argentina hoje luta para se livrar. Assista abaixo!

 

Ainda na audiência….
Na audiência, Vladimir Putin afirmou também que a Guerra da Ucrânia só vai acabar quando a Rússia “atingir seus objetivos, que não mudaram” desde a invasão do vizinho em fevereiro de 2022.

“Vou lembrá-lo do que estamos falando: a desnazificação da Ucrânia, sua desmilitarização, seu status neutro”, afirmou ao responder uma questão na sua entrevista coletiva de fim de ano, tradição que havia sido quebrada no ano passado, após alguns fracassos russos na guerra naquele momento.

 

Putin durante a coletiva de imprensa de fim de ano | Kremlin

 

Ele também desdenhou do apoio que a Ucrânia recebe de países aliados. “Hoje, a Ucrânia praticamente não produz nada. Eles estão tentando salvar algo, mas produzem quase nada, tudo é trazido [de outros países] de graça. Mas essa gratuidade pode acabar um dia. E aparentemente está acabando aos poucos.”

A União Europeia, por outro lado, já anunciou no meio do ano um novo pacote de apoio plurianual de 50 bilhões de euros (R$ 270 bilhões) a ser entregue entre 2023 e 2027.

“Para apoiar a própria Ucrânia, desde o início da guerra, a União Europeia e nossos Estados-membros disponibilizaram mais de US$ 91 bilhões [R$ 448 bilhões] em assistência financeira, militar, humanitária e para refugiados, com um aumento constante. Esta cifra inclui um compromisso sem precedentes de até US$ 19,3 bilhões [R$ 95 bilhões] em assistência financeira para 2023, distribuídos em incrementos mensais regulares para garantir financiamento estável para o funcionamento do Estado ucraniano”, diz a União Europeia em seu site.

E veja também: Folha de SP flagra Sergio Moro tratando sobre Deltan Dallagnol: “desesperado”. Clique AQUI para ver.


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Fonte: Folha de SP; R7
Foto: Tass

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