Presidente do Irã morre aos 63 anos em acidente de helicóptero

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O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, o ministro das Relações Exteriores do país e outros foram encontrados mortos, nesta segunda-feira (20), no local do acidente de helicóptero anunciado ontem. A busca pelos destroços do aparelho levou mais de uma hora em uma região montanhosa e nevoenta do noroeste do país, informou a mídia estatal. Raisi tinha 63 anos.

A impensa local não deu nenhuma causa imediata para o acidente na província iraniana do Leste do Azerbaijão. Com Raisi estavam o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, o governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental e outras autoridades e guarda-costas, informou a agência de notícias estatal IRNA.

O Helicóptero havia sido localizado nas primeiras horas de segunda (20). A aeronave caiu no domingo (19) entre as cidades de Varzaqan e Jolfa, na província do Azerbaijão Oriental, segundo informou a IRNA, a agência de notícias estatal do Irã (veja abaixo). O local onde o helicóptero estava sendo procurado é montanhoso e de difícil acesso, e o mau tempo dificultou as buscas.

 

 

Morte foi confirmada por volta das 7h (local, 0h30 de segunda-feira em Brasília). Mohammad Mokhber, 1º vice-presidente do Irã, deve assumir cargo deixado por Raisi. A ação ainda depende da aprovação de Ali Khamenei, líder supremo do país. O vice assumiria de forma provisória e novas eleições teriam que ser convocadas para acontecerem nos próximos 50 dias.

Primeiras informações indicavam que acidente não era grave. Mohsen Mansouri, vice-presidente para Assuntos Executivos, chegou a dizer que dois membros da comitiva presidencial haviam conversado com uma equipes de resgate. Já o ministro do Interior, Ahmad Vahidi, afirmou à IRNA que o helicóptero havia feito apenas um pouso forçado “devido ao mau tempo e à neblina”.

Perfil
Raisi tinha 63 anos. Ele nasceu em novembro de 1960, na cidade xiita de Mashhad, no nordeste do país. Raisi fez carreira no Judiciário em cargos de procurador-geral entre 2014 e 2016, vice-chefe de Justiça de 2004 a 2014 e promotor e procurador adjunto de Teerã nas décadas de 1980 e 1990.

Ele chegou à presidência em 2021, após vencer em 1º turno. Durante a campanha, levantava bandeiras anticorrupção e em defesa dos pobres. Ele recebeu 62% dos votos, que correspondem a cerca de 17,8 milhões de eleitores.

Raisi estava na lista de líderes iranianos que os Estados Unidos sancionaram por “cumplicidade” em “graves violações dos direitos humanos” — o que Teerã nega.

Nos últimos meses, Raisi havia se posicionado como um adversário firme de Israel, apoiando o Hamas. Em abril passado, o Irã lançou um ataque inédito a Israel, com 350 drones e mísseis, a maioria deles interceptados por Israel.

União Europeia
O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, numa breve declaração na segunda-feira, ofereceu condolências pelas mortes do presidente e do ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão e de “outras autoridades iranianas envolvidas no trágico acidente de helicóptero”. “A UE expressa a sua solidariedade às famílias de todas as vítimas e aos cidadãos iranianos afetados”, afirma o comunicado.

Hamas e Jihad Islâmica
Os grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica Palestina, ambos combatentes contra as forças israelenses na guerra em curso em Gaza e que receberam apoio militar de Teerã, emitiram declarações na segunda-feira lamentando as mortes do presidente e do ministro das Relações Exteriores do Irã.

O Hamas disse que a queda do helicóptero “ceifou a vida de um grupo dos melhores líderes iranianos”, elogiando as suas “posições honrosas em apoio à nossa causa palestina e apoio à luta legítima do nosso povo contra a entidade sionista”, referindo-se a Israel.

A Jihad Islâmica, da mesma forma, classificou as mortes do Presidente iraniano Ebrahim Raisi e do Ministro dos Negócios Estrangeiros Hossein Amirabdollahian “uma grande perda para o povo palestiniano nestas circunstâncias difíceis, uma vez que tiveram um papel proeminente e claro no apoio e assistência à luta e resistência do povo palestiniano”.

China
O presidente chinês, Xi Jinping, expressou profundas condolências na segunda-feira pela morte do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores. “A sua infeliz morte é uma enorme perda para o povo iraniano e também fez com que a China perdesse um bom amigo”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, numa conferência de imprensa diária.

Talibã
Os governantes talibãs do Afeganistão disseram na segunda-feira que estavam profundamente tristes com as mortes do presidente iraniano Ebrahim Raisi e do ministro das Relações Exteriores do país em um acidente de helicóptero.
“Compartilhamos nossa dor com a República Islâmica do Irã e o povo daquele país e oferecemos nossas condolências a todas as famílias das vítimas, à nação e ao governo do Irã”, disse o primeiro-ministro talibã, mulá Mohammad Hassan Akhund, em uma afirmação.

Putin
O presidente russo, Vladimir Putin, estendeu nesta segunda-feira (20) suas “profundas condolências” ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, chamando as mortes do presidente do país e de outras autoridades de uma “enorme tragédia” e “uma perda difícil e irreparável”.

Itamaraty
Até o momento, o Governo Brasileiro não se manifestou sobre a morte de Ebrahim Raisi, o que deve acontecer ainda nesta manhã. A última nota dizia que o “Itamaraty acompanha incidente com presidente do Irã e tenta contato com embaixada”. E mais: Espanha exige pedido de desculpas de Milei por falas sobre esposa de primeiro-ministro. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; divulgação IRNA; Fontes: Associated Press; UOL; CNN)

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